segunda-feira, 30 de abril de 2012
Como diagnosticar o pé diabético?
O diagnóstico do pé diabético propriamente dito é feito principalmente pelos sintomas da neuropatia (diminuição da sensibilidade – hipoestesia ou a perda total da sensibilidade - anestesia), calosidades, alterações nas unhas, pela diminuição da circulação (micro e macrocirculação) com diminuição ou ausência dos pulsos arteriais distais (pulsos arteriais dos pés); esfriamento do pé (palidez ou arroxeamento do(s) dedo(s) ou do pé).
Para detectar problemas circulatórios, a palpação dos pulsos periféricos, bem como exame do estado de atrofia da pele, de alterações do trofismo das unhas e de úlceras devem ser rigorosos. Exames de Doppler para verificar o grau de acometimento vascular são importantes nos pacientes com ausência de pulsos periféricos.
Qual o procedimento médico ao examinar o paciente [2]?
1.Avaliação do problema.
Inspeção cuidadosa do pé.
Registro dos pulsos arteriais
Registro da sensibilidade do pé.
2.Descrição da lesão.
3.Descrever extensão de necrose cutânea.
4. Exame com Doppler ultra-som para verificar a extensão dos problemas circulatórios.
5.Cultura do pus para detectar germes aeróbios e/ou anaeróbios.
6. Usar antibiótico de largo espectro até que o antibiótico apropriado seja dado;
7. Determinar o estado de controle do diabete
8.Solicitar Rx dos 2 pés para verificar as deformações ósseas decorrentes da osteomielite.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Por que o paciente diabético é mais predisposto à infecção nos pés?
A microangiopatia e a neuropatia fazem com que o diabético esteja mais predisposto à infecção do que outras pessoas devido a má oxigenação dos tecidos decorrente da circulação sangüínea deficiente e diminuição das s defesas protetoras.
A formação de calosidades, comum nas partes de maior pressão na planta (sola) do pé ou do dedo, comporta-se como corpo estranho provocando esmagamento do tecido subcutâneo com extravasamento de sangue. Isto forma um meio de cultura que facilita o crescimento de bactérias que irá evoluir para um abcesso. Devido à sensibilidade diminuída, como que anestesiado por causa da neuropatia, nem sempre o paciente tem consciência que seu pé está com um abcesso porque tem menor acuidade visual, causando complicações futuras.
Quais são as complicações do pé diabético?
A infecção no pé pode invadir facilmente os tecidos vizinhos atingindo também os ossos levando à osteomielite, causando deformações ósseas.
A gangrena pode ocorrer ou pela falta de circulação ou devido à infecção ou ambos que foi causada pela obstrução dos pequenos vasos digitais. Ela também pode ser devida à falta de circulação sangüínea em um grande vaso da coxa ou da perna, devido a sua obstrução. A gangrena se manifesta inicialmente por palidez, vermelhidão e pela pele afetada e tem um mau cheiro característico.
As úlceras ocorrem abaixo da cabeça do metatarso ou nas áreas de maior pressão. Este aumento de pressão leva à formação dos calos e posterior ulceração.
A hiperhidrose, pele seca e fissurada e alteração do fluxo sangüíneo facilitam a instalação e a manutenção de infecções cuja evolução pode ser a gangrena do pé.
terça-feira, 24 de abril de 2012
O que é a neuropatia diabética?
O diabetes mellitus pode afetar o sistema nervoso central, o periférico e o autonômico, causando disfunção dos mesmos – neuropatia diabética. No diabético, os fatores de risco para o aparecimento da neuropatia são o tempo de evolução e exposição à hiperglicemia ou hipoglicemia, alteração dos lipídeos, anormalidades da circulação sangüínea, tabagismo, hipertensão arterial, idade e sexo masculino.
A neuropatia diabética periférica mais comum é a neuropatia simétrica bilateral em "meia ou bota" nos membros inferiores e causa a diminuição da sensibilidade dolorosa e térmica da região. Essa diminuição da sensibilidade é o principal fator no desenvolvimento de úlceras e deformações articulares. O pé com neuropatia é caracteristicamente sadio e bem nutrido, tem pelo e mantém boa pulsação arterial na sua extremidade.
O que é a microangiopatia diabética?
A microangiopatia diabética é uma alteração vascular periférica que se caracteriza pela diminuição da circulação sangüínea nos pequenos vasos devido ao seu estreitamento ou obstrução. A isquemia (falta de circulação sangüínea) é geralmente bilateral, multi segmentar e afeta, principalmente, os vasos abaixo dos joelhos.
O pé com falta de circulação é geralmente, frio, seco, atrófico, sem pelos, com unhas secas e quebradiças, mau nutrido e freqüentemente tem rachaduras no tornozelo ou atrás da cabeça do metatarso. Os pulsos periféricos estão diminuídos e/ou ausentes. Pode ter pequenas úlceras secas atróficas e às vezes com pontos de necrose na pele.
O que é a macroangiopatia diabética?
A macroangiopatia diabética é a diminuição da circulação sangüínea nos vasos sangüíneos de maior calibre devido à sua obstrução ou estreitamento. O diabetes mellitus é importante fator de risco no desenvolvimento da aterosclerose, sendo que o risco de complicações vasculares nestes pacientes é de 2 a 4 vezes maior. A aterosclerose no diabético é mais precoce e grave acometendo freqüentemente as artérias da perna. A obstrução de um grande vaso da coxa ou da perna pode levar à gangrena e amputação da perna.
Os fatores de risco adicionais para a aterosclerose são o tabagismo, a dislipidemia (alteração dos níveis de lípides no sangue), obesidade, hipertensão arterial, sexo masculino, vida sedentária e história familiar positiva.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Pé Diabético
O pé diabético é um termo muito utilizado na prática médica diária e traduz sucintamente alterações que ocorrem nos pés decorrentes de complicações do diabetes mellitus: a neuropatia diabética (alterações nos nervos periféricos), problemas circulatórios (micro e macroangiopatia diabética) e a infecção. O menor fluxo sangüíneo, a formação de feridas que se infeccionam e de difícil cicatrização (úlceras de perna) podem levar à gangrena. As complicações nos pés dos pacientes diabéticos são responsáveis por cerca de 25% das internações hospitalares destes pacientes.
O que caracteriza o pé diabético?
O paciente portador de diabetes há alguns anos, é um candidato a ter neuropatia que associada a alterações da circulação sangüínea (micro e macroangiopatia diabética), torna o paciente mais vulnerável a infecções nos pés. Esses três fatores: a neuropatia, a angiopatia e a infecção, constituem a tríade mais freqüente do pé diabético. O pé diabético pode ser causado exclusivamente por apenas um dos fatores mencionados mas a neuropatia é o mais freqüente.
Quais são os problemas mais comuns nos pés?
Os problemas encontrados com mais freqüência nos pés são:
Bolhas e calos causados por sapatos apertados ou mal ajustados;
Verrugas na planta do pé;
Rachaduras (fissuras);
Infecção por micose entre os dedos;
Pequenas infecções nas unhas;
Unhas encravadas;
Pequenos ferimentos associados a unhas alteradas.
Esses problemas encontrados nos pés de qualquer pessoa, não acarretam maiores danos nas pessoas saudáveis mas, no diabético, podem levar a complicações sérias. Os pequenos ferimentos se não tratados podem evoluir para celulite, abcesso e gangrena.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
O que é o diabetes mellitus?
O diabetes mellitus é uma doença metabólica caracterizada pela elevação da taxa de glicose no sangue resultante de defeitos na secreção ou ação insulínica ou ambas. A insulina é um hormônio, liberado pelo pâncreas, responsável pela manutenção apropriada dos níveis de açúcar no sangue. É uma doença crônica e é um dos mais importantes problemas de saúde na atualidade tanto pelo número de pessoas afetadas como pelas incapacitações e anos de vida útil perdidos.
Estima-se que existam no Brasil cerca de 5 milhões de indivíduos com diabetes dos quais metade desconhece o diagnóstico, ou seja, a doença será identificada freqüentemente pelo aparecimento de uma de suas complicações. A prevalência de diabetes (numero de casos existentes em relação à população) nos indivíduos entre 30 e 70 anos de idade é de 7,6%, semelhante à prevalência em vários países desenvolvidos. O diabetes mellitus afeta igualmente homens e mulheres e o seu risco aumenta com a idade
Quais são os sintomas do diabetes mellitus?
Embora o diabetes seja de origem endócrina suas principais manifestações clínicas são metabólicas e após um certo período de tempo é acompanhado por comprometimento circulatório (micro e macroangiopatia). Seus sinais e sintomas são:
Poliúria e Nictúria (o paciente urina mais vezes, em mais quantidade e à noite);
Polidipsia (muita sede decorrente da boca seca);
Polifagia (aumento do apetite);
Emagrecimento rápido;
Fraqueza, astenia (diminuição das forças musculares), letargia (sonolência e apatia) e redução rápida da acuidade visual;
Hiperglicemia :taxa de açúcar no sangue acima de 125mg/dl e/ou glicosúria (açúcar na urina).
Temos que frisar que o paciente pode ser assintomático, descobrindo que é diabético ou por complicações ou por exame de rotina onde se detecta a hiperglicemia.
Quais são os fatores de risco para o diabetes mellitus?
Idade superior a 40 anos;
História familiar (antecedente diabético);
Obesidade;
Presença de doença vascular aterosclerótica antes dos 50 anos;
Mães de recém-nascidos com mais de 4kg;
Uso de medicamentos diabeticogênicos, ou seja, que causam diabetes (corticóide/anticoncepcionais).
segunda-feira, 16 de abril de 2012
PODOLOGIA ESPORTIVA
Além de proporcionar a saúde e o bem-estar dos pés, a Podologia Esportiva busca minimizar o atrito sofrido nos pés dos atletas durante os treinos e competições, com base na modalidade esportiva e no tipo de calçado usado na sua prática.
Os pés dos atletas são colocados sob imensas pressões que podem resultar em lesões importantes. O acompanhamento e diagnóstico precoce, assim como evitar complicações relativamente à biomecânica do pé, são ferramentas indispensáveis para uma saudável prática esportiva.
Os pés são a base de sustentação do organismo humano, são eles que suportam o peso do corpo e ficam sujeitos a uma enorme tensão e desgaste.
Entre as patologias que os corredores estão mais suscetíveis, devido ao ritmo de treinamento e competições, podemos destacar:
- Bolhas: devido ao constante atrito e pressão que os pés sofrem.
- Micose nas unhas: a unha sofre um descolamento, devido a traumas. Isso acaba sendo uma porta de entrada para fungos;
- Pé de atleta (frieira): a umidade que fica alojada entre os dedos dos pés, por causa do uso constante de tênis ou chuteira, ajuda na proliferação de fungos.
- Unha encravada: devido ao corte incorreto somado a traumas ocasionado por impacto, as unhas dos pés crescem no formato errado e entram na pele. Este quadro pode ocasionar uma infecção e até a perda desta unha.
- Calos e Calosidade: devida à pressão intermitente do calçado e o peso do corpo, a pele responde ficando mais grossa. Este "engrossamento" da pele ajuda no começo, porém no decorrer do tempo ela se acumula tornando-se uma irritação.
- As frieiras devem sempre ser tratadas com medicamentos corretos indicado pelo dermatologista, mas podem ser prevenidas com o correto secar dos pés após o banho, e colocando-se sempre o tênis para secar no sol após o uso. Utilize também talco anti-séptico no tênis para evitar o crescimento de microorganismos. Evite de usar o talco diretamente nos pés para correr, pois com o suor e o atrito podem-se formar feridas entre os dedos.
- Mantenha sempre as unhas cortadas pois um cantinho pode ferir o dedo vizinho.
- Muitos atletas apresentam nas unhas marcas roxas, podendo até cair, ou então as laterais das unhas descoladas dos dedos e muitas vezes levantadas ou deformadas. Isto pode ser causado diversos fatores, entre eles o tênis pode ter costuras muito grossas e com muitos detalhes na frente. Certifique-se de que os seus dedos ao levantarem-se não encostam na costura, caso contrario, não importa o quanto caro ele seja, não serve. No caso das unhas levantarem-se pode ou não estarem com micose, portanto deve-se procurar um podólogo.
- Outra preocupação é com as meias, cuidado com estas meias modernas muito grossas que tem o ponto de costura muito grande, com o peso do corpo podem causar rachaduras nos calcanhares e bolhas nas áreas de pressão. Se quiser usar estas meias, usa uma meia fina pôr baixo.
- Use sempre um creme hidratante próprio para os pés mantendo a pele saudável.
- As calosidades são marcas de pressão com o solo, se na sola dos pés, e de atrito pôr causa dos dedos em garra(dedos agarrando o chão na caminhada ou corrida), se em cima dos dedos. Muitas vezes sugerem problemas de posturas que devem ser devidamente avaliados pôr médicos esportivos ou fisioterapeutas. Sempre que possível devem ser removidos evitando dores durante a pratica esportiva.
- No caso dos tênis, alguns conseguem corrigir pronação ou supinação leves dos pés. Em casos mais graves, o atleta, deve consultar um ortopedista ou fisioterapeuta e ver se há necessidade de correção, (pois muitas vezes esta postura do pé esta em equilíbrio com o resto do corpo e ao corrigir os pés, podemos estar aumentando uma deformidade do joelho ou coluna pôr exemplo. Se for para corrigir, deve-se considerar o aspecto da globalidade do corpo, mas ai pensaríamos numa reeducação postural global. O que podemos observar na escolha do tênis é com relação ao alongamento ou encurtamento do músculo triceps sural (músculo da panturrilha), que se estiver encurtado o joelho normalmente vai estar em hiperextensão (estica-se para traz, alem da linha media). Neste caso se usarmos um tênis com amortecimento muito macio, o triceps sural pode se esticar demais na corrida, podendo levar ao aparecimento de tendinites no tendão de Aquiles. Neste caso deve-se usar um tênis com a sola um pouco mais alta na parte de traz, ou até uma calcanheira de gel. No caso do joelho ser em flexão, o principio é o oposto, ai podendo se usar tênis mais macios no calcanhar. Em ambos os casos devemos sempre alongar os músculos posteriores da perna, antes e depois da pratica da atividade física.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
PODOLOGIA NA TERCEIRA IDADE(PODOGERIATRIA)
Os pés são um órgão de suporte e locomoção que adquire na população idosa uma especial importância, já que permite a autonomia e a mobilidade. Sabe-se no entanto, que o processo fisiológico e natural que é o envelhecimento, produz no pé alterações complexas e de difícil resolução, sendo que muitas vezes o até o calçado se torna prejudicial.
Por isso, a podologia geriátrica é uma área importante na prevenção, na medida que procura amenizar as alterações apresentadas, dando ao idoso, uma melhor qualidade de vida.
Os idosos apresentam maior incidência de problemas circulatórios, neurológicos e muitas vezes quadros de diabetes com tendência a se refletir nos pés. Há alterações da pele também, que tende a ficar mais fina e ressecada, podendo haver formações de calos , fissuras alterações ósseas entre outros. Com o auxilio de um profissional de podologia, o idoso pode evitar uma serie de patologias , bastando seguir alguns cuidados diários.
OS CUIDADOS DIÁRIOS A SEREM TOMADOS SÃO
- Lavar e secar os pés cuidadosamente especialmente entre os dedos, usando de preferência toalha de papel para melhor absorção;
- Corte retos das unhas com leve lixamento;
- Uso de calçados de conforto com saltos variando de 2 a 4 cm de preferência anabelas, tendo sempre mais de um modelo para poder alternar o uso;
- Usar meias de algodão para melhor absorção da transpiração;
- Usar antissépticos nos calçados e deixa-los ventilar por pelo menos 2 horas semanais;
- Usar hidratantes diariamente, evitando a área entre os dedos;
- Observar os pés diariamente a procura de alterações e em se notando-as consultar um médico ou um Podólogo.
LEMBRE-SE, OS PÉS SÃO A BASE DO CORPO, PORTANTO ENCARREGADOS DO NOSSO DESEJO DE IR E VIR.
PODOLOGIA NA TERCEIRA IDADE(PODOGERIATRIA)
Os pés são um órgão de suporte e locomoção que adquire na população idosa uma especial importância, já que permite a autonomia e a mobilidade. Sabe-se no entanto, que o processo fisiológico e natural que é o envelhecimento, produz no pé alterações complexas e de difícil resolução, sendo que muitas vezes o até o calçado se torna prejudicial.
Por isso, a podologia geriátrica é uma área importante na prevenção, na medida que procura amenizar as alterações apresentadas, dando ao idoso, uma melhor qualidade de vida.
Os idosos apresentam maior incidência de problemas circulatórios, neurológicos e muitas vezes quadros de diabetes com tendência a se refletir nos pés. Há alterações da pele também, que tende a ficar mais fina e ressecada, podendo haver formações de calos , fissuras alterações ósseas entre outros. Com o auxilio de um profissional de podologia, o idoso pode evitar uma serie de patologias , bastando seguir alguns cuidados diários.
OS CUIDADOS DIÁRIOS A SEREM TOMADOS SÃO
- Lavar e secar os pés cuidadosamente especialmente entre os dedos, usando de preferência toalha de papel para melhor absorção;
- Corte retos das unhas com leve lixamento;
- Uso de calçados de conforto com saltos variando de 2 a 4 cm de preferência anabelas, tendo sempre mais de um modelo para poder alternar o uso;
- Usar meias de algodão para melhor absorção da transpiração;
- Usar antissépticos nos calçados e deixa-los ventilar por pelo menos 2 horas semanais;
- Usar hidratantes diariamente, evitando a área entre os dedos;
- Observar os pés diariamente a procura de alterações e em se notando-as consultar um médico ou um Podólogo.
LEMBRE-SE, OS PÉS SÃO A BASE DO CORPO, PORTANTO ENCARREGADOS DO NOSSO DESEJO DE IR E VIR.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
HIPERIDROSE
Conceito, Incidência, Quadro Clínico
O suor é necessário para o controle da temperatura corpórea, especialmente durante o exercício ou sob temperaturas mais elevadas do ambiente. A sudorese é regulada pelo sistema nervoso autônomo simpático. A hiperatividade das glândulas sudoríparas levam à perspiração excessiva. Esta condição é conhecida como hiperidrose.
A hiperidrose é situação relativamente freqüente, com incidência relatada entre 0,6 a 1 % da população. Não se tratando de doença grave, quanto a risco de vida, trata-se de situação extremamente desconfortável, que causa profundo embaraço social e transtornos de relacionamento e psicológicos no portador, que freqüentemente se isola socialmente e adquire hábitos procurando esconder o seu problema. Curiosamente, por diversos fatores, uma parcela ínfima dos pacientes tem seu problema resolvido e tratado de forma eficaz e duradoura.
A hiperidrose pode ser primária ou secundária a uma doença de base como hipertiroidismo, distúrbios psiquiátricos, menopausa ou obesidade. No presente trabalho focalizamos a abordagem terapêutica da hiperidrose primária.
O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente podemos encontrar história familiar.
Os pacientes referem sudorese constante, as vezes inesperada, mas a maioria deles relata fatores agravantes. Os fatores desencadeantes da sudorese excessiva são o aumento da temperatura ambiente, o exercício, a febre, a ansiedade e a ingestão de comidas condimentadas. Geralmente há melhora dos sintomas durante o sono. O suor pode ser quente ou frio, mas a sudorese é constante. Pode afetar todo o corpo ou ser confinada à região palmar, plantar, axilar, inframamaria, inguinal ou cranio-facial.
A sudorese excessiva e constante é uma condição constrangedora, desagradável, que dificulta as atividades do dia-a-dia e interfere no trabalho, no lazer e nas atividades sociais. Atividades diárias como escrever, apertar a mão de outra pessoa, segurar papéis, e outras atitudes simples podem ser adversamente afetada pela hiperidrose. Quando o quadro de hiperidrose é grave, ocorre gotejamento espontâneo na região afetada. Nos casos mais graves, a pele pode ficar macerada ou mesmo fissurada. Quando a sudorese é mais intensa na região axilar, outros sintomas desagradáveis são relatados. O exsudato pode causar odor fétido (bromidrose). O odor fétido é causado pela decomposição do suor e debris celulares de bactérias e fungos. Assim, pode contribuir para o aparecimento e manutenção de outras doenças de pele como infecções piogênicas, fúngicas, dermatite de contato, etc.
CONSEQUÊNCIAS NA VIDA PESSOAL
O excesso de sudorese constitui-se em uma situação constrangedora e desagradável, que dificulta as atividades do dia-a-dia, podendo interferir no trabalho, no lazer e nas atividades sociais. Ações como segurar papéis, apertar a mão de outra pessoa, escrever podem tornar-se extremamente aterrorizantes.
Existem casos de crianças que não conseguiam ser alfabetizadas, devido ao grande estresse que o fato de ir à escola representava a essas crianças. Adolescentes acometidos podem manter-se isolados das outras pessoas, não conseguindo estabelecer relacionamentos. A doença pode até atrapalhar na hora da escolha da profissão, já que não adianta ter talento para o desenho se o suor excessivo nas mãos impede a pessoa de exercer essa atividade.
Quando a sudorese é muito intensa, a decomposição do suor e das células mortas leva à produção de odor desagradável. Essa situação é mais comum nos indivíduos com hiperidrose acometendo as axilas. Leva, portanto, a intenso desconforto para o indivíduo, que procura se isolar das outras pessoas. Essa alteração do cheiro do suor é chamada de "bromidrose".
TRATAMENTOS
Existem basicamente dois tipos de tratamento, o clínico e o cirúrgico. É importante ressaltar que a escolha depende da intensidade do caso, e também da opção do paciente e do médico.
O tratamento clínico leva a resultados precários porque não é definitivo, e alguns métodos podem ser desagradáveis, caros e devem ser repetidos regularmente. O tratamento não-cirúrgico pode ser realizado da seguinte forma:
Substâncias antiperspirantes e adstringentes: objetivam reduzir a produção do suor. Devem ser aplicadas após o banho, antes de deitar-se. Elas podem causar irritação na pele ou deixá-la amarelada.
Talco ou amido de milho: indicado nos casos de doença mais leve. Devem ser aplicados entre os dedos, sob as mamas e nas demais pregas da pele.
Banho com sabonete desodorante: seu uso prolongado pode irritar a pele.
Não utilizar o mesmo par de sapatos vários dias seguidos, e usar palmilhas absorventes.
Medicamentos tomados por via oral, como antidepressivos e outros para ansiedade. No entanto, o alívio dos sintomas é parcial.
Psicoterapia, técnicas de biofeedback.
Iontoforese: método de tratamento que se caracteriza pela aplicação de corrente elétrica na superfície da pele, com o objetivo de facilitar a penetração de medicamentos na mesma.
Uso de toxina botulínica
Comumente são realizadas de 35 a 40 aplicações em cada região, a cada sessão. A duração do efeito é de 4 a 6 meses, sendo necessária nova sessão após esse período. Geralmente, as pessoas conseguem suportar até 4 sessões. É importante saber que a dose necessária é quase próxima da dose tóxica; sendo assim, como o benefício não é definitivo, nos pacientes com sintomas mais intensos e que interferem muito em suas vidas, pode estar indicado o tratamento cirúrgico.
COMO É A CIRURGIA PARA HIPERIDROSE?
O tratamento cirúrgico consiste na chamada "Simpatectomia Torácica". Existe, ao lado da coluna torácica, uma estrutura denominada cadeia simpática. Ela é constituída por pequenos gânglios que controlam, além de outras coisas, a produção do suor. A cirurgia consiste na eliminação dos gânglios envolvidos na doença. Antigamente, a cirurgia era feita por duas incisões ("cortes") no pescoço, mas atualmente vem sendo realizada por técnicas de videolaparoscopia. Essa técnica mais nova necessita de duas pequenas incisões, levando a cicatrizes praticamente imperceptíveis.
A cirurgia está indicada geralmente nos pacientes com hiperidrose que não é decorrente de outras doenças. Nesses casos, o tratamento da doença principal leva, freqüentemente, à melhora dos sintomas.
Os resultados da cirurgia são dramáticos. Quando acorda da anestesia, o paciente já percebe que não apresenta mais o excesso de suor nas axilas e nas mãos, sendo que a sudorese do pé reduz-se em 70%. Eles relatam que há muitos anos não sentiam suas mãos quentes e secas. Os resultados são permanentes e a melhora da qualidade de vida é indiscutível.
Como essas pessoas não suam mais nas mãos e nas axilas, pode haver aumento da sudorese em outras regiões do corpo, principalmente quando estão em locais quentes, fazendo exercícios físicos ou tomando sol. No entanto, a minoria desses pacientes apresentará queixa de tais sintomas e achará que não valeu a pena ter sido submetido à cirurgia. O que ocorre é que esses sintomas não incomodam o paciente
ESTUDOS RECENTES SOBRE HIPERIDROSES
Hiperidrose primária de mãos e axilas é uma doença crônica capaz de
trazer prejuízos e sofrimento subjetivo importante. A simpatectomia torácica é o método
de tratamento de escolha para tal enfermidade. Registrar a satisfação dos pacientes com a
cirurgia e abordar tal aspecto comparando duas técnicas cirúrgicas distintas foram os objetivos deste estudo.
Métodos: Realizou-se um estudo de casos com amostra de 60 pacientes, os quais
responderam o Questionário de Qualidade de Vida – devidamente autorizado pelo seu
autor, Dr. José Ribas Milanez.
Resultados: A Qualidade de Vida após a cirurgia estava melhor em 98,3% e apenas
1,7% não relataram modificação. Houve sudorese compensatória em 80% dos casos, sendo que em comparação às duas técnicas cirúrgicas, houve mais casos de compensação na
técnica de ressecção de gânglios simpáticos T3+T4. No aspecto da satisfação, a técnica
que incluía também ressecção de T2 apresentou números mais expressivos, sem, no entanto, significado estatístico.
Conclusão: A simpatectomia torácica é um método terapêutico eficiente para hiperidrose primária de mãos e axilas. Não há diferenças estatísticas em mudança na qualidade
de vida nos pacientes operados pelas duas técnicas cirúrgicas propostas. Embora haja
resultados numéricos que apontam uma maior satisfação com a técnica que inclui T2,
estatisticamente não houve diferenças. Uma totalidade de 98,3% relataram melhora em
sua qualidade de vida.
UNITERMOS: Simpatectomia Torácica Vídeo-Assistida, Qualidade de Vida, Hiperidrose Primária de Mãos e Axilas.
SIMPATECTOMIA TORÁCICA VIDEOTORASCÓPICA
Histórico
Há muitos anos sabe-se que a simpatectomia cervico-torácica poderia eliminar os sintomas da hiperidrose palmar. A presença de complicações sérias após a operação convencional ? principalmente a Síndrome de Horner causada pela lesão do gânglio estrelado ( ptose palpebral, enoftalmia, miose) ? fez com que esse procedimento fosse pouco utilizado no tratamento da hiperidrose. A simpatectomia torácica convencional foi pouco utilizado pois envolvia a realização de uma toracotomia tradicional, posterior, aberta, invasiva (cirurgia de porte considerável) com todos os seus riscos, para o tratamento de uma condição benigna. Esta via de acesso apresenta desvantagens como a necessidade de internação hospitalar mais prolongada, com demora no retorna às atividades habituais, dor no período pós operatório e resultado estético pouco satisfatório.
Na década de 90, com o advento da videotoracoscopia e a sistematização de suas indicações possibilitou que esse procedimento fosse indicado e utilizado com significante benefício para os pacientes. Com a videotoracoscopia, através de pequenas incisões, o cirurgião pode retirar ou destruir a porção da cadeia simpática que interessa no tratamento da afecção. É método seguro, pois permite a abordagem precisa, sob visão direta, poupando as estruturas vizinhas, particularmente o gânglio estrelado. O resultado é imediato e duradouro. O paciente recebe alta no dia seguinte à operação e retorna rapidamente a suas atividades habituais.
Indicação Cirúrgica
A simpatectomia torácica pode ser utilizada no tratamento da hiperidrose palmar e axilar, na distrofia simpática reflexa, em casos selecionados de isquemia grave de membro (doença vascular periférica embólica ou aterosclerótica), doença de Raynaud e causalgia. Os melhores resultados são encontrados no tratamento da hiperidrose primária. Os pacientes portadores de hiperidrose primária grave, geralmente já tentaram inúmeros tipos de tratamento conservador, prescritos por vários clínicos, dermatologistas e até psiquiatras.
O procedimento está contra-indicado nos pacientes portadores de hiperidrose secundária, nos pacientes portadores de insuficiência respiratória ou cardiovascular grave (impossibilidade de ventilação monopulmonar durante o procedimento) e nos pacientes com seqüela de doença pleural (tuberculose, empiema).
Técnica Operatória
O paciente pode ser internado na véspera ou no próprio dia da operação.
A simpatectomia toracoscópica é realizada na sala de operação, onde o paciente é inicialmente monitorizado e anestesiado. Utilizamos a anestesia geral e intubação brônquica, com o paciente em decúbito dorsal horizontal. Durante todo o procedimento, o paciente é monitorizado com pressão arterial média não invasiva, cardioscópio, saturômetro de pulso e capnógrafo.
O procedimento operatório pode ser realizado com o paciente em decúbito lateral ou dorsal horizontal com abdução dos membros superiores, de maneira a formar um ângulo de 90º com o tórax (casos de abordagem bilateral).
No procedimento clássico, com ressecção da cadeia simpática de T2 a T4, o equipamento necessário para a operação consiste de uma óptica rígida de 5 a 10 mm de diâmetro, com ângulo de 0º, câmera e o monitor de vídeo para visibilização do campo operatório. Os instrumentos utilizados são: uma tesoura tipo Metzenbaum de 5mm de diâmetro acoplada ao termocautério, uma pinça hemostática (dissector) curva de 5 mm de diâmetro e um aspirador/irrigador. Utilizamos por vezes aplicadores de clip laparoscópico e um afastador retrátil.
Na operação clássica, após o bloqueio pulmonar, três pequenas incisões são realizadas nos espaços intercostais da região axilar. Por uma das incisões é introduzido o endoscópio para visualizar o campo operatório, e pelo outros dois orifícios são introduzidos os instrumentos necessários para realizar a operação. Após a realização da primeira incisão (3º ou 4º espaço intercostal, linha axilar média), a câmera é inserida, para visualizar a abertura e introdução dos outros ports e instrumentos.
O procedimento começa com exploração da cavidade pleural e liberação de eventuais aderências. A cadeia simpática é então visibilizada sob a pleura parietal que reveste da 1º a 4 º costela. Pode-se então identificar os gânglios responsáveis pela área afetada por hiperidrose. Estes gânglios serão removidos, após abertura da pleura parietal e dissecção dos mesmos. Para revisão da hemostasia, utilizamos lavar o leito operatório com soro fisiológico. Um dreno pleural 20 ou 24F é colocado por um dos "ports" e posicionado endoscopicamente. Os instrumentos são retirados, o pulmão é insuflado e as incisões são fechadas com fio absorvível. O procedimento é repetido no outro hemitórax.
Esse procedimento dito "convencional" tem sofrido diversas modificações, sempre tentando tornar o procedimento mais simples e rápido. No nosso grupo, temos utilizado de rotina apenas duas incisões de 5mm, dissectores mais finos e a dremagem pleural tem sido dispensada. A disponibilidade de opticas de 2mm com qualidade de imagem bastante aceitável (Minisite, USSC) fez com que alguns cirurgiões desenvolvessem técnica com único orifío, como uma perfuração de agulha ("needlescopic sympathicotomy"). Claro que com esta técnica, o cirurgião apenas destroi com eletrocoagulação, ou laser, o gânglio T2.
Pós Operatório
Ao término do procedimento, o paciente é encaminhado a sala de recuperação anestésica, onde é realizado radiografia de tórax. Após alta da recuperação anestésica, o paciente é encorajado a deambular no quarto, e a iniciar dieta liquida. Administramos analgésicos por via oral nos primeiros dias do período pós-operatório.
O paciente é orientado para exercícios respiratórios inspiração profunda e sustentada.
Na ausência de complicações, o paciente pode receber alta no dia seguinte à operação.
O paciente pode retornar a suas atividades habituais dentro de poucos dias, no máximo dentro de 7 a 10 dias.
As cicatrizes são muito pequenas, quase imperceptíveis e não há pontos na pele para serem retirados.
Resultados Cirúrgicos
Os resultados são dramáticos. As extremidades superiores (membros superiores e axilas) encontram-se secos e quentes assim que o paciente recupera-se da anestesia em 95% dos casos. Os pacientes referem que pela primeira vez, em muitos anos, as mãos estão secas e quentes. Em 70% das vezes, o mesmo ocorre em relação à hiperidrose plantar e craniofacial. Podemos notar ainda, melhora em relação à palpitações e taquicardia. Os resultados são geralmente permanentes. A melhora na qualidade de vida é indiscutível.
Efeitos Colaterais e Complicações
Em 20 a 50% dos pacientes, pode ocorrer hiperidrose compensatória. Trata-se de um aumento da sudorese em outras partes do corpo, geralmente no dorso e coxas. Provavelmente representa uma resposta termo-reguladora do organismo (GJERRIS & OLESEN, 1975). Esta condição é tolerável para maioria dos pacientes: cerca de 10% apenas queixam-se desta perspiração excessiva, mas a toleram melhor que a sudorese palmar. Na maioria dos casos, o quadro melhora com o passar do tempo (aproximadamente 6 meses) ou o paciente aprende a conviver com ela (ADAR 1994, LEAO et al, 1999). Acredita-se que a ressecção mais econômica da cadeia simpática possa resultar em hiperidrose compensatória menos acentuada (GOSSOT, 1995, KAO et al., 1996).
A nevralgia intercostal esta relacionada ao trauma de costelas e feixe vasculo-nervoso por trocaters, lesão térmica ou uso de dreno pleural pós operatório.
A síndrome de Claude- Bernard-Horner (ptose palpebral, miose, enoftalmia) é complicação rara, relacionada à lesão do gânglio estrelado. Sua ocorrência é extremamente baixa nas mãos de um cirurgião experiente.
O pneumotórax residual pós operatório é uma complicação possível, que na maioria das vezes, resolve-se espontaneamente (é absorvido), não necessitando intervenção específica.
O hemotórax, a lesão do parenquima pulmonar, do plexo braquial e a infecção da ferida operatória também são complicações possíveis, embora bastante raras.
Conclusão
A simpatectomia videotoracoscópica tem se mostrado o único método eficaz para curar a hiperidrose moderada e grave de mãos e faces. É o método de escolha, especialmente se outras opções terapêuticas já foram testadas, sem resultado satisfatório. Constitui-se também em método eficaz para o tratamento do "blushing facial".
A técnica endoscópica é extremamente segura e eficaz, pois conduz à cura definitiva em quase 100% dos casos.
FONTES DE PESQUISA:VATS da UNIFESP; BIBLOMED; REVISTA DA AMRIGS.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
ÓRTESES PARA CORREÇÃO DA LÂMINA UNGUEAL(UNHAS)
Órteses são pequenos aparelhos colados sobre a
lâmina ou placa ungueal (unha), com a finalidade de:
- Corrigir seu formato, dependendo do tipo de lâmina.
- Abrir sua curvatura, evitando que encrave (onicocriptose) ou se forme onicofose, que é o excesso e
endurecimento da pele no sulco ungueal, formado
para proteger a região pressionada.
- Preservar seu leito ungueal que é o local onde a lâmina se
encaixa.
Com as órteses temos condições de
mudar e manter um novo formato da lâmina
ungueal.
É importante ressaltar que o sucesso do tratamento se deve ao acompanhamento do cliente pelo profissional,
durante pelo menos 4 meses, sendo que as órteses devem ser trocadas
de 20 em 20 dias.
Consulte um podólogo para maiores esclarecimentos.
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