terça-feira, 19 de setembro de 2017

Úlceras de Perna

As úlceras de perna são feridas que se formam na pele da perna em decorrência de doenças como varizes, hipertensão arterial, diabetes e infecções. Acometem pessoas das mais diferentes faixas etárias. Algumas evoluem por longo tempo, tornando-se crônicas; outras, mesmo cicatrizando, deixam consequências estéticas e funcionais graves. Suas causas são: Várias doenças podem causar as úlceras de perna, a saber: varizes (úlcera varicosa), flebite crônica (úlcera pós-flebítica), hipertensão arterial (úlcera hipertensiva), trombose arterial (úlcera isquêmica), diabetes (úlcera diabética), infecção (úlcera infecciosa), trauma (úlcera traumática) e tumores (úlcera tumoral). A úlcera varicosa é conseqüência da estase (acúmulo) de sangue venoso na pele que acaba determinando o seu espessamento, a redução da gordura subcutânea, manchas castanhas e finalmente a lesão. O mesmo mecanismo, ao envolver as veias da pele e as veias mais profundas, é responsável pela úlcera pós-flebítica. Na hipertensão arterial, diabetes, trombose arterial, existe a obstrução das artérias da pele e/ou das artérias profundas gerando a ferida. As úlceras infecciosas são ocasionadas por bactérias que lesam a pele. A úlcera traumática ocorre por corte, contusão ou perfuração e as úlceras tumorais por tumores. São frequentes A incidência das doenças responsáveis pela ocorrência de úlceras de perna varia geograficamente. Nos países desenvolvidos, as lesões mais freqüentes são secundárias a doenças vasculares, principalmente varizes e seqüelas de tromboses venosas profundas. Em regiões menos desenvolvidas, há maior ocorrência de úlceras infecto-parasitárias. Atualmente, em certos países africanos, a principal causa de úlcera de perna é o sarcoma de Kaposi (tumor de pele) secundário à AIDS. No Brasil, predominam nas grandes cidades as úlceras de origem vascular, particularmente a úlcera varicosa, e na zona rural há equilíbrio entre esta última com as de caráter infecto-parasitárias. Sintomas As manifestações clínicas variam de acordo com a doença que originou a úlcera e da própria ferida . Úlceras de perna tumorais Alguns tumores podem se ulcerar (por exemplo, por má irrigação sangüínea do próprio tumor, devido ao seu rápido crescimento) como por exemplo: • O carcinoma espinocelular ulcerado pode aparecer sobre pele normal ou sobre cicatriz de queimadura ou radioterapia. Geralmente, as bordas são endurecidas e pouco nítidas. • O carcinoma basocelular ulcerado tem bordas esbranquiçadas, com aspecto de pérola e com pequenos vasos. • O sarcoma de Kaposi, tumor comum em indivíduos com AIDS, surge como nódulos, em placas avermelhadas ou vinhosas. No Brasil, ao contrário de países africanos, poucos deles se ulceram. Ulceras de perna varicosas Ocorrem em pernas inchadas, com veias dilatadas e visíveis, havendo espessamento da pele e mancha de cor castanha onde vai se instalar a úlcera. Os doentes se queixam de sensação de peso e cansaço nos membros e queimação nos trajetos venosos. A úlcera varicosa costuma ser pouco dolorosa, sendo essa queixa exacerbada quando existe infecção local Úlceras de perna infecciosas ou parasitárias Associam-se a infecções cutâneas e aparecem no curso dessas doenças. Têm secreção purulenta, são dolorosas e apresentam características inflamatórias de bordas ou fundo determinadas pelo processo de base, isto é, o aspecto costuma ser característico de cada agente infeccioso. Úlceras de perna isquêmicas (por falta de circulação) Caracterizam-se por dor intensa, contínua, que se mantém durante a noite, impedindo o sono. Aparecem espontaneamente ou após trauma. No início, surge mancha violácea ou bolha escura com posterior formação de escara que se desprende, aparecendo, então, a úlcera. As úlceras isquêmicas são complicações observadas em diabéticos, hipertensos ou em pacientes com obstrução (trombose) das artérias da perna. Nessa última circunstância, o doente costuma referir dor muscular ao andar que desaparece com o repouso, precedendo o aparecimento da úlcera. Como evitar as úlceras de perna? A profilaxia da lesão cutânea baseia-se no tratamento da doença causal, como operação de varizes, uso de meia elástica, controle da pressão alta, do diabetes, do excesso de peso, realização de exercícios físicos, prevenção de infecções e de traumas nos membros inferiores. TRATAMENTO O tratamento das úlceras de perna deve visar a cura do doença causadora e a cicatrização da lesão. As lesões devem ser tratadas com curativos simples e cuidados rigorosos de higiene Dependendo da causa, empregam-se medicamentos como analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e vasodilatadores. Em alguns doentes, apesar de o tratamento adequado, a lesão evolui cronicamente, arrastando-se por longo tempo Para obter a cicatrização mais rápida, tanto nos casos rotineiros como nos casos crônicos, a indústria farmacêutica desenvolveu uma série de curativos fechados, tendo como modelo a antiga bota de Unna (um curativo feito com sucessivas camadas de bandagens, óxido de zinco, gelatina e glicerina, até se tornar rígido). Esses curativos fechados são formados por gases e esponjas absorventes impregnadas de medicamentos ou novos produtos constituídos por aglomerados de alginatos (um tipo de sal) carvão ativado ou hidrocolóides (um tipo de preparo de material). Existem também os curativos bioativos obtidos por engenharia genética ou pele sintética. Nesses casos, a pele é criada em laboratório, isto é, cultivada em tubos de ensaio para ser posteriormente usada. Tratamento da úlcera varicosa Na úlcera varicosa, após sua cicatrização, deve-se operar as varizes. Quando o paciente não tem condições clínicas para ser submetido à cirurgia ou apresenta seqüelas das flebites profundas, estará indicado o uso de meias ou faixas elásticas. Tratamento das úlceras de perna isquêmicas? Nas úlceras isquêmicas deve-se controlar a pressão arterial e o diabetes, quando presente, além de utilizar drogas analgésicas (para combater a dor) e ativadoras da circulação cutânea. No caso de haver obstrução das artérias maiores, pode ser necessária operação de revascularização do membro por desobstrução da artéria, angioplastia (dilatação) ou com colocação de ponte de safena ou de material plástico conforme o caso. Tratamento em caso de úlcera de perna infecciosa As infecções podem ser causa ou complicação das úlceras de perna. Devem ser tratadas com antibióticos por via oral ou sob forma de injeções, escolhidos, sempre que possível, com base em cultura da secreção da lesão e antibiograma. A utilização de antibióticos locais deve ser evitada, pois podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes. As sequelas das úlceras de perna são: Cicatrizes desfigurantes, Alterações da capacidade funcional do membro, Surgimento de câncer na úlcera.

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