terça-feira, 19 de setembro de 2017

Úlceras de Perna

As úlceras de perna são feridas que se formam na pele da perna em decorrência de doenças como varizes, hipertensão arterial, diabetes e infecções. Acometem pessoas das mais diferentes faixas etárias. Algumas evoluem por longo tempo, tornando-se crônicas; outras, mesmo cicatrizando, deixam consequências estéticas e funcionais graves. Suas causas são: Várias doenças podem causar as úlceras de perna, a saber: varizes (úlcera varicosa), flebite crônica (úlcera pós-flebítica), hipertensão arterial (úlcera hipertensiva), trombose arterial (úlcera isquêmica), diabetes (úlcera diabética), infecção (úlcera infecciosa), trauma (úlcera traumática) e tumores (úlcera tumoral). A úlcera varicosa é conseqüência da estase (acúmulo) de sangue venoso na pele que acaba determinando o seu espessamento, a redução da gordura subcutânea, manchas castanhas e finalmente a lesão. O mesmo mecanismo, ao envolver as veias da pele e as veias mais profundas, é responsável pela úlcera pós-flebítica. Na hipertensão arterial, diabetes, trombose arterial, existe a obstrução das artérias da pele e/ou das artérias profundas gerando a ferida. As úlceras infecciosas são ocasionadas por bactérias que lesam a pele. A úlcera traumática ocorre por corte, contusão ou perfuração e as úlceras tumorais por tumores. São frequentes A incidência das doenças responsáveis pela ocorrência de úlceras de perna varia geograficamente. Nos países desenvolvidos, as lesões mais freqüentes são secundárias a doenças vasculares, principalmente varizes e seqüelas de tromboses venosas profundas. Em regiões menos desenvolvidas, há maior ocorrência de úlceras infecto-parasitárias. Atualmente, em certos países africanos, a principal causa de úlcera de perna é o sarcoma de Kaposi (tumor de pele) secundário à AIDS. No Brasil, predominam nas grandes cidades as úlceras de origem vascular, particularmente a úlcera varicosa, e na zona rural há equilíbrio entre esta última com as de caráter infecto-parasitárias. Sintomas As manifestações clínicas variam de acordo com a doença que originou a úlcera e da própria ferida . Úlceras de perna tumorais Alguns tumores podem se ulcerar (por exemplo, por má irrigação sangüínea do próprio tumor, devido ao seu rápido crescimento) como por exemplo: • O carcinoma espinocelular ulcerado pode aparecer sobre pele normal ou sobre cicatriz de queimadura ou radioterapia. Geralmente, as bordas são endurecidas e pouco nítidas. • O carcinoma basocelular ulcerado tem bordas esbranquiçadas, com aspecto de pérola e com pequenos vasos. • O sarcoma de Kaposi, tumor comum em indivíduos com AIDS, surge como nódulos, em placas avermelhadas ou vinhosas. No Brasil, ao contrário de países africanos, poucos deles se ulceram. Ulceras de perna varicosas Ocorrem em pernas inchadas, com veias dilatadas e visíveis, havendo espessamento da pele e mancha de cor castanha onde vai se instalar a úlcera. Os doentes se queixam de sensação de peso e cansaço nos membros e queimação nos trajetos venosos. A úlcera varicosa costuma ser pouco dolorosa, sendo essa queixa exacerbada quando existe infecção local Úlceras de perna infecciosas ou parasitárias Associam-se a infecções cutâneas e aparecem no curso dessas doenças. Têm secreção purulenta, são dolorosas e apresentam características inflamatórias de bordas ou fundo determinadas pelo processo de base, isto é, o aspecto costuma ser característico de cada agente infeccioso. Úlceras de perna isquêmicas (por falta de circulação) Caracterizam-se por dor intensa, contínua, que se mantém durante a noite, impedindo o sono. Aparecem espontaneamente ou após trauma. No início, surge mancha violácea ou bolha escura com posterior formação de escara que se desprende, aparecendo, então, a úlcera. As úlceras isquêmicas são complicações observadas em diabéticos, hipertensos ou em pacientes com obstrução (trombose) das artérias da perna. Nessa última circunstância, o doente costuma referir dor muscular ao andar que desaparece com o repouso, precedendo o aparecimento da úlcera. Como evitar as úlceras de perna? A profilaxia da lesão cutânea baseia-se no tratamento da doença causal, como operação de varizes, uso de meia elástica, controle da pressão alta, do diabetes, do excesso de peso, realização de exercícios físicos, prevenção de infecções e de traumas nos membros inferiores. TRATAMENTO O tratamento das úlceras de perna deve visar a cura do doença causadora e a cicatrização da lesão. As lesões devem ser tratadas com curativos simples e cuidados rigorosos de higiene Dependendo da causa, empregam-se medicamentos como analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e vasodilatadores. Em alguns doentes, apesar de o tratamento adequado, a lesão evolui cronicamente, arrastando-se por longo tempo Para obter a cicatrização mais rápida, tanto nos casos rotineiros como nos casos crônicos, a indústria farmacêutica desenvolveu uma série de curativos fechados, tendo como modelo a antiga bota de Unna (um curativo feito com sucessivas camadas de bandagens, óxido de zinco, gelatina e glicerina, até se tornar rígido). Esses curativos fechados são formados por gases e esponjas absorventes impregnadas de medicamentos ou novos produtos constituídos por aglomerados de alginatos (um tipo de sal) carvão ativado ou hidrocolóides (um tipo de preparo de material). Existem também os curativos bioativos obtidos por engenharia genética ou pele sintética. Nesses casos, a pele é criada em laboratório, isto é, cultivada em tubos de ensaio para ser posteriormente usada. Tratamento da úlcera varicosa Na úlcera varicosa, após sua cicatrização, deve-se operar as varizes. Quando o paciente não tem condições clínicas para ser submetido à cirurgia ou apresenta seqüelas das flebites profundas, estará indicado o uso de meias ou faixas elásticas. Tratamento das úlceras de perna isquêmicas? Nas úlceras isquêmicas deve-se controlar a pressão arterial e o diabetes, quando presente, além de utilizar drogas analgésicas (para combater a dor) e ativadoras da circulação cutânea. No caso de haver obstrução das artérias maiores, pode ser necessária operação de revascularização do membro por desobstrução da artéria, angioplastia (dilatação) ou com colocação de ponte de safena ou de material plástico conforme o caso. Tratamento em caso de úlcera de perna infecciosa As infecções podem ser causa ou complicação das úlceras de perna. Devem ser tratadas com antibióticos por via oral ou sob forma de injeções, escolhidos, sempre que possível, com base em cultura da secreção da lesão e antibiograma. A utilização de antibióticos locais deve ser evitada, pois podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes. As sequelas das úlceras de perna são: Cicatrizes desfigurantes, Alterações da capacidade funcional do membro, Surgimento de câncer na úlcera.

domingo, 17 de setembro de 2017

Pé Diabético: O segredo de conseguir a menor taxa de amputações do País

A mais baixa taxa de amputações major devido a pé diabético do País, em 2015, foi registada no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. Conseguiu-se assim menos de uma amputação (0,95) por 100 mil habitantes, quando a taxa média no Norte do País é de 3,4/100.000 h. e a nacional é de 5,4/100.000 h., segundo o Observatório Nacional da Diabetes. O segredo do sucesso está na Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético, criada em 1998 pela cirurgiã Maria de Jesus Dantas, de 53 anos, após ter feito um estágio no Hospital de Santo António, no Porto, onde já existia esta consulta – única, na época, a nível nacional. Inicialmente, a coordenadora começou a trabalhar com uma enfermeira e hoje em dia tem também o apoio da Cirurgia Geral, da Cirurgia Vascular, da Ortopedia e da Podologia, assim como de mais uma enfermeira. Face aos resultados alcançados, a equipa recebeu, recentemente, o Prémio Bial Medicina Clínica 2016, no valor de 100 mil euros. Como refere a responsável, “é o reconhecimento de um projeto que tem ultrapassado vários obstáculos.” A Consulta vai dispor, em breve, de um espaço remodelado, onde os doentes podem ter mais privacidade, mudança está integrada num plano global de remodelação da Consulta Externa do atual Conselho de Administração, o que vai permitir ter uma verdadeira ‘Clínica do Pé Diabético’, além de também se renovar o equipamento de tratamento para Podologia. Nestas novas conquistas também se conta com o apoio da Liga de Amigos do CHTS, que vai oferecer o equipamento para a confeção de palmilhas personalizadas. Falta apostar na Podologia Os resultados ao fim de quase 20 anos são muito positivos, mas não tem sido fácil, principalmente nos recursos humanos. “O mais difícil foi conseguir ter uma podologista a tempo inteiro, que é uma área básica e que devia constar de qualquer equipa de pé diabético desde a sua constituição”, salienta Maria de Jesus Dantas. A médica defende que a Podologia também devia ser um imperativo nos cuidados de saúde primários. “Recebemos muitos casos de doentes que podiam ser tratados nos centros de saúde, porque não existe esta valência, o que não faz qualquer sentido, pois, estamos sobrelotados com situações menos graves quando somos uma consulta de nível 3.” E dá exemplos: “Há quem venha dos CSP para ter cuidados básicos, como tratar uma unha encravada ou calosidades que, existindo meios, podem e devem ser da competência dos profissionais dos cuidados de proximidade, como é, aliás, desejo expresso de todos os utentes.” Miguel Maia (cirurgião vascular), Júlio Marinheiro (ortopedista), Maria de Jesus Dantas (cirurgiã geral), Alexandra Lopes (podologista) e Fátima Santos (enfermeira). Maria de Jesus Dantas diz não entender esta falta de aposta, por parte do Ministério da Saúde, na Podologia, se a própria Direção-Geral da Saúde recomenda, desde 2011, a existência de “um profissional treinado em Podologia” na equipa de saúde nas consultas de todos os níveis, desde o 1 até ao 3. “Como é possível? Estamos a subverter o sistema de saúde, que deve ter por base os CSP, referenciando-se para o hospital apenas os casos mais graves, como as revascularizações, as amputações, as drenagens…” E enfatiza: “Há pessoas que vêm de Baião ou Resende – localidades muito distantes do hospital – para tratamentos simples, o que implica gastos em transporte, um dia de trabalho perdido para eles e/ou para um familiar…” Apesar destes problemas, Maria de Jesus Dantas não podia estar mais feliz com a equipa. “O empenho, a resiliência e a vontade de aprender e de dar o nosso melhor ajudam-nos muito”, reconhece. E, como gosta de salientar, “o prémio recebido deve-se ao trabalho de todos, pois, acreditamos que é possível ter um diabético a caminhar sobre os dois pés durante toda a sua vida…” “É um enorme orgulho” Carlos Alberto Silva diz-se “muito lisonjeado” pelo sucesso da Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético num hospital que tem a segunda maior Urgência do Norte, a seguir ao Centro Hospitalar de São João, no Porto. Para o presidente do Conselho de Administração do CHTS, economista de formação, “é um enorme orgulho poder ter à disposição da população este tipo de cuidados que, apesar de não serem considerados complexos e diferenciados – como acontece com outras valências –, tem um valor acrescentado na vida de muitas pessoas”. Daí que dê todo o apoio à Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético. “A humanização é muito importante, o que também nos levou a apostar na remodelação do espaço da Consulta Externa, para que esta equipa – e as restantes – tenham melhores condições”, salienta. Quanto à dificuldade de se ter podologistas a tempo inteiro nos hospitais, Carlos Alberto Silva é perentório: “Este tipo de atos não é contabilizado nos contratos-programa, daí que as unidades hospitalares não façam uma aposta tão forte na Podologia.” Uma realidade que espera venha a mudar nos próximos tempos, já que “há uma maior sensibilização sobre a importância dos tratamentos podológicos, mesmo na tutela”. Publicado em 5 de setembro de 2017 - 19:28

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

PSORÍASE UNGUEAL E PLANTAR

Psoríase ungueal Em até 90% dos casos a psoríase pode envolver as unhas, correspondendo a um grande estigma da doença, pois interfere nas relações sociais e atividades de trabalho. As alterações ungueais observadas nos pacientes com psoríase dependem do local da unha envolvido e podem ser caracterizadas por depressões cupuliformes e puntiformes (pitting), descoloração, hipequeratose subungueal, estrias longitudinais e onicólise. Psoríase palmoplantar Cerca de 12% dos pacientes podem desenvolver a psoríase somente nas mãos e pés. As placas geralmente são bem delimitadas e podem ser tanto finas como espessas, provocando fissuras e dor, atingindo apenas pequenas áreas de maior atrito ou sua totalidade.

ONICOMICOSES

Sinônimos e nomes populares Tinha da unha , Micose O que é? É uma infecção da lâmina ungueal (unha) por dermatófito ou por outros fungos como leveduras do gênero Cândidas, leveduras exógenas e outros gêneros de fungos existentes na terra e em madeiras apodrecidas. Pode haver comprometimento de uma única unha ou de várias. Em aidéticos, por exemplo, é frequente o acometimento múltiplo das unhas. Ocorre em cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos. É mais comum em mulheres pela maior exposição, por uso de sapatos abertos e contaminação por manicures e pedicuros. É rara em crianças, provavelmente, pelo crescimento mais rápido da unha, dificultando o desenvolvimento do fungo. Como se desenvolve ou se adquire? As fontes de infecção podem ser o solo, animais, pessoas ou alicates e tesouras contaminados. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado nos sapatos, favorece o crescimento destes organismos. É muito frequente o contato do homem com fungos, e a convivência pode ocorrer durante anos sem provocar doenças. Estas só acontecem quando os fungos encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento, alterando o equilíbrio da pele. O que se sente? O acometimento da unha por dermatófito pode ser inicialmente subungueal (sob a unha) distal (na extremidade) e/ou lateral, subungueal proximal (em relação ao corpo, próximo do) e superficial. Todas as formas podem evoluir para o comprometimento total da lâmina ungueal. O início mais frequente é pela borda distal, que se torna opaca com detritos córneos sob a placa ungueal. O aspecto é, no início, similar na porção subungueal lateral ou proximal. Na superficial, ocorrem manchas brancas na lâmina ungueal ligeiramente escamosa. Tipos de Onicomicoses Descolamento da borda livre A unha descola do seu leito, geralmente iniciando pelos cantos e fica oca. Pode haver acúmulo de material sob a unha. É a forma mais frequente. Espessamento As unhas aumentam de espessura, ficando endurecidas e grossas. Esta forma pode vir acompanhada de dor e levar ao aspecto de "unha em telha" ou "unha de gavião". Leuconíquia Manchas brancas na superfície da unha. Destruição e deformidades A unha fica frágil, quebradiça e quebra-se nas porções anteriores, ficando deformada. Paroníquia (unheiro) O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. Como é feito o diagnóstico? Para a confirmação do diagnóstico deve ser encontrado o dermatófito. Este pode ser identificado no exame direto, sem haver necessidade de cultivo. As culturas são de difícil obtenção e têm interesse para a identificação da espécie. É preferível repetir várias vezes o exame direto antes de recorrer ao cultivo. É aconselhável não instituir um tratamento sistêmico de tinha da unha sem ter o exame micológico positivo. Tratamento O tratamento divide-se em local, sistêmico ou combinado. A escolha de uma ou outra forma de tratamento depende do número de unhas comprometidas, do grau de comprometimento, do estado imunológico do paciente e da presença de doenças que contra indiquem uso de medicamentos orais. A resposta terapêutica é determinada pelo estado biológico do fungo, e do grau de comprometimento da unha. O tratamento é eficaz, embora seja longo, principalmente, nas unhas dos pés, que apresentam uma velocidade de crescimento menor que as unhas das mãos. O tratamento deve sempre ter acompanhamento médico, para haver a exata determinação do término do tratamento e também devido a terapia sistêmica (que não é local), poder apresentar efeitos colaterais e possíveis intervenções medicamentosas. O podólogo é um profissional habilitado, capaz de auxiliar no tratamento das micoses ungueais (unha), pois promove a assepsia do local acometido facilitando a ação dos medicamentos. A extração cirúrgica pode ser dolorosa e, às vezes, inútil. A extração química com ureia possibilita resultado, mas, devido aos novos tópicos, está em desuso. Como se previne? A prevenção dá-se através de hábitos higiênicos como evitar a umidade nos pés por período prolongado. O uso de calçados fechados que dificultam a transpiração e o contato dos pés descalços com lugares públicos como banheiros e piscinas são fatores de risco. É aconselhável o uso de meias de algodão, que absorvem a umidade dos pés melhor do que as de nylon; e a exposição do calçado ao sol, pois a ação dos raios ultravioleta impede desenvolvimento do bolor (fungos) e da umidade. É prudente também observar a pele e o pêlo dos animais de estimação, pois podem ser agentes transmissores.

Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético

Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético O que é o Pé Diabético? Uma das complicações crônicas do diabetes é o popularmente conhecido pé diabético. Ele ocorre mais rapidamente naquelas pessoas que não fazem um controle adequado de seus níveis de glicemia (açúcar) no sangue. Alguns cuidados simples podem prevenir tal condição e criar a possibilidade de se evitar as amputações de membros em 100% dos casos. Pessoas que têm diabetes durante 10 ou 20 anos começam a apresentar diminuição da circulação arterial e redução da sensibilidade dolorosa e térmica nos membros, a chamada neuropatia diabética. Taxas aumentadas de glicose no sangue por longo período de tempo podem causar esta neuropatia, que é sentida como um formigamento, agulhadas, dor, dormência, queimação ou fraqueza nos membros. Diferente do que acontece com problemas circulatórios, que dão dores na batata da perna ou nas coxas quando as pessoas se movimentam e melhoram com o repouso, os sintomas da neuropatia são piores à noite, ao deitar. Muitos diabéticos só se dão conta do que está acontecendo quando seus pés ou pernas já apresentam feridas ou, em um estágio mais avançado, infecções no local da ferida. Mas a prevenção é o meio mais eficaz de evitar estes problemas. O que fazer para evitar o Pé Diabético? A observação e a higienização correta auxiliam na prevenção e diagnóstico precoce das lesões. E alguns cuidados simples podem ser tomados para evitar estes problemas. Examine seus pés diariamente Para facilitar este exame dos pés, use um espelho ou peça ajuda de uma pessoa querida. Procure bolhas, feridas, ferimentos, calos, frieiras, cortes, rachaduras e alterações de coloração na pele. Faça o exame sempre em um local bem iluminado, preferencialmente usando luz solar. E em todas as consultas com seu médico, peça-o para examinar seus pés. No banho mantenha seus pés limpos usando sabonete de glicerina e água morna. Nunca use água quente, pois a diminuição da sensibilidade térmica pode fazer com que você se queime. Teste a temperatura da água com o cotovelo e só depois coloque os seus pés nela. Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, sem esfregar, principalmente entre os dedos e ao redor das unhas. Nunca use secador de cabelos, aquecedores, cobertores térmicos ou lâmpadas para secar os pés. Eles podem queimá-lo sem que você perceba. Mantenha a pele hidratada, aplicando creme ou loção hidratante. Não aplique em cortes ou ferimentos ou entre os dedos para evitar umidade. O uso de talco não é necessário, mas se você tem o costume de fazê-lo, use em pouca quantidade. Qual meia devo usar? As meias sem costura e sem elástico são as melhores para pessoas diabéticas, pois evitam machucados. Prefira usar meias de lã no inverno e meias de algodão no verão. Evite as meias de nylon que dificultam a transpiração e perdem rapidamente a qualidade. Quais os cuidados que devo tomar com as minhas unhas? Lave e seque bem seus pés e unhas antes de cortá-las. O ideal é cortá-las com intervalo máximo de 4 semanas e lixar uma vez por semana, utilizando um cortador de unhas adequado ou uma tesoura de ponta redonda. O corte deve ser quadrado, deixando ver uma pequena parte branca. Lixe os cantos para mantê-los arredondados. Não descole a unha da base com espátulas, nem corte os cantos arredondados para evitar que sua unha encrave. Caso você já tenha unha encravada, você precisa procurar um serviço especializado em tratamento dos pés, o Podólogo ou um dermatologista para avaliar a necessidade de uma pequena cirurgia no local. Só utilize os serviços Podólogos, pois são treinados e vão oferecer o melhor tratamento ao seus pés. Informe sempre que é diabético. Nunca corte calos ou calosidades, nem use calicidas ou abrasivos como lixas ou raladores. Procure um médico para tratar a causa do aparecimento de calosidades que podem ser devido ao uso de calçados inadequados, a presença de joanetes ou deformidades nos pés. Caso suas unhas estejam muito grossas, com aspecto “esfarelado”, com alterações na cor ou descolando da base, procure um dermatologista pois você pode estar com micose e necessitar de um tratamento com mediações de uso oral por algumas semanas. Quais são os cuidados gerais a serem tomados com os meus pés? Ao se expor ao sol, utilize protetores solares, inclusive nos pés para protegê-los de queimaduras. É comum acontecerem queimaduras nos pés na praia, ao pisar em areia quente. Fique atento a este detalhe. Evite manter as pernas cruzadas, para facilitar a circulação. Se você trabalha sentado, procure mexer os pés a cada 30 minutos. Não use bolsas de água quente nos pés. Evite andar descalço, mesmo dentro de casa. Calçados. Quais os melhores? O ideal são sapatos fechados, de couro macio, em numeração e altura adequadas e que sejam confortáveis. Os que têm piso anti-derrapante com solado rígido e seguro são uma boa opção, pois dão maior segurança para caminhar. Existem algumas lojas especializadas que oferecem calçados e palmilhas específicos para diabéticos. Sempre que calçar um sapato, verifique o seu interior para não ferir os pés em pedras, pregos ou outros pequenos objetos. Examine os sapatos com atenção, procurando deformidades nas palmilhas ou costuras. Evite usar sapatos sem meia Guarde seus sapatos em ambiente arejado e lave-os sempre que necessário. Deixe secar bem antes de usá-los. Para os exercícios físicos, você deve escolher um tênis confortável, com sistema de amortecimento de impactos. Reserve um tênis apenas para a prática de esportes. Compre seus sapatos de preferência na parte da tarde e em dias de calor, quando seus pés vão estar mais inchados. Nunca use um sapato novo o dia inteiro. Comece usando meia hora no primeiro dia e vá aumentando 30 minutos a cada dia de uso até se adaptar ao novo calçado. Abandone o uso de calçados que sejam desconfortáveis ou que causem bolhas ou ferimentos nos seus pés. Invista na prevenção de lesões nos pés, para evitar gastos com tratamentos futuros. Para as mulheres, os saltos quadrados de no máximo 2 a 3 centímetros de altura e, se possível, no formato de mata-borrão. São os melhores. Evite saltos altos e bicos finos, que apertam os pés. Sapatos de plástico ou de couro sintético aumentam a transpiração nos pés e devem ser evitados. Chinelos de dedo ou tiras que deixam os pés desprotegidos e deformam com o uso não devem ser usados. Cuidado com os ferimentos! Quem tem diabetes há vários anos precisa ter em mente que a perda de sensibilidade nos membros pode levar ao aparecimento de ferimentos sem que a pessoa perceba. Em caso de ferimentos ou acidentes nos pés ou pernas, faça um tratamento imediato. Não espere para “ver se vai melhorar”. Este tempo perdido pode gerar complicações como infecções e dificuldade de cicatrização das feridas. Os primeiros cuidados a serem tomados são: lave o local do ferimento com água limpa e sabão neutro, cubra com gaze estéril e enfaixe sem apertar. Em seguida, procure um médico. Não use produtos com iodo ou corantes, não use band-aid ou fita adesiva diretamente na pele. Nunca trate os ferimentos sem orientação médica, nem tome ou aplique medicamentos ou qualquer outra sibstância por conta própria ou por orientação de amigos. A presença de febre, vermelhidão no local da ferida, inchaço ou pus nos pés ou pernas são sintomas preocupantes. Procure imediatamente o seu médico e não interrompa o tratamento de diabetes! Dois amigos dos seus pés Não fumar e fazer um bom controle de seus níveis glicêmicos (açúcar no sangue) são as duas principais armas para evitar o pé diabético. Procure ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos com regularidade, sempre com orientação do seu médico e de um nutricionista. Isto posterga o início do uso de medicamentos para tratar o diabetes e em muitos casos evita o uso de insulina para controlar a doença. O exercício também melhora a circulação arterial. Já está comprovado que o maior número de casos de amputações de pés e pernas ocorre nos diabéticos que fumam. Como ninguém quer aumentar os seus riscos, assuma com você mesmo o compromisso de parar de fumar. Tenha força de vontade e atinja este objetivo. Caso tenha dificuldades, procure ajuda especializada. Fontes: American Diabetes Association Canadian Diabetes Association