quarta-feira, 21 de março de 2018

Pé diabético: o autocuidado faz toda a diferença No Brasil, aproximadamente 18 milhões de pessoas vivem com diabetes. A Federação Internacional de Diabetes estima que metade desse público — que corresponde a 8,9% da população brasileira — não sabe ser portador da doença. Nesse contexto, dados do Ministério da Saúde apontam que 20% das internações por complicações dessa condição ocorrem em decorrência de lesões nos membros inferiores. Não é à toa que o pé diabético virou uma questão de saúde pública. Ao longo dos anos, o diabetes acarreta o que em medicina chamamos de neuropatia. São alterações em nervos que culminam na redução da sensibilidade natural da pele e em mudanças nas estruturas ósseas e musculares. Sem a capacidade de sentir dor, o indivíduo não percebe quando machuca os pés. E um pequeno machucado pode evoluir para a amputação de uma parte ou de todo o membro inferior. Também contribui para esse quadro o fato de que diabéticos tendem a desenvolver problemas nas artérias, o que dificulta a oxigenação dos tecidos e, no caso de uma lesão não ser identificada e tratada a tempo, leva à gangrena. Se considerarmos que uma parcela das pessoas com diabetes está acima do peso, fuma e tem colesterol alto, veremos um cenário muito propício a situações desse tipo e à piora na qualidade de vida. O fato é que o pé diabético representa hoje uma das maiores causas de ocupação de leitos hospitalares e longos períodos de internação. Na rede pública brasileira, 85% das amputações não traumáticas são precedidas de feridas e cerca de 58 mil pessoas morrem por ano devido a complicações do diabetes. Em 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 137,4 mil internações em função do diabetes, somando um custo de 92 milhões de reais. O autoexame dos pés Nos diabéticos, micoses, calos, rachaduras ou feridas simples podem ser o ponto de partida de um problema de consequências drásticas, caso da mutilação de parte do membro inferior ou do membro todo. Nesse estágio, há grande probabilidade de o indivíduo já apresentar também comprometimento em outros órgãos, como rins, olhos e coração. Além de manter um estilo de vida saudável e a adesão ao tratamento médico, o diabético deve prezar pelo autocuidado com os pés. As principais medidas nesse sentido são: examinar os membros inferiores com regularidade, enxugar bem os pés após o banho, ficar atento a micoses ou arranhões, evitar andar descalço e não usar calçados apertados. Felizmente, nos últimos anos ganha evidência o papel da equipe multidisciplinar — endocrinologista, cardiologista, cirurgião vascular, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiro etc — no atendimento e no acompanhamento do paciente diabético. Com orientações, cuidados e avaliações periódicas, fica mais fácil proporcionar uma vida normal e livre de complicações. Lembre-se: prevenção e controle ainda são o melhor caminho para uma vida saudável. Cuide dos seus pés com carinho. FONTE: * Dr. Eliud Garcia Duarte Júnior é cirurgião vascular, coordenador da Comissão Nacional de Atuação Multidisciplinar de Diabetes e Pé Diabético da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Utilidade Pública

*ESSES FORAM OS 233 DEPUTADOS QUE VOTARAM A FAVOR DA CRIAÇÃO DO FUNDO PARTIDÁRIO NO VALOR DE 1,7 BILHÕES, FUNDO ESSE FINANCIADO COM DINHEIRO PÚBLICO* *Abel Mesquita Jr. DEM-RR Adalberto Cavalcanti Avante-PE Adelmo Carneiro Leão PT-MG Ademir Camilo Podemos-MG Aelton Freitas PR-MG Afonso Florence PT-BA Aguinaldo Ribeiro PP-PB Alberto Filho PMDB-MA Alberto Fraga DEM-DF Alexandre Baldy Podemos-GO Alexandre Leite DEM-SP Alice Portugal PCdoB-BA Altineu Côrtes PMDB-RJ André Abdon PP-AP André de Paula PSD-PE André Figueiredo PDT-CE André Fufuca PP-MA Andre Moura PSC-SE Angelim PT-AC Aníbal Gomes PMDB-CE Antonio Brito PSD-BA Antônio Jácome Podemos-RN Arlindo Chinaglia PT-SP Arthur Lira PP-AL Arthur Oliveira Maia PPS-BA Assis Carvalho PT-PI Assis do Couto PDT-PR Assis Melo PCdoB-RS Augusto Coutinho Solidariedade-PE Aureo Solidariedade-RJ Bacelar Podemos-BA Bebeto PSB-BA Benedita da Silva PT-RJ Benito Gama PTB-BA Betinho Gomes PSDB-PE Beto Faro PT-PA Beto Rosado PP-RN Beto Salame PP-PA Bohn Gass PT-RS Cabuçu Borges PMDB-AP Cacá Leão PP-BA Caetano PT-BA Cajar Nardes PR-RS Carlos Eduardo Cadoca PDT-PE Carlos Henrique Gaguim Podemos-TO Carlos Marun PMDB-MS Carlos Melles DEM-MG Carlos Zarattini PT-SP Celso Jacob PMDB-RJ Celso Pansera PMDB-RJ Chico D´Angelo PT-RJ Chico Lopes PCdoB-CE Claudio Cajado DEM-BA Cristiane Brasil PTB-RJ Dagoberto Nogueira PDT-MS Damião Feliciano PDT-PB Daniel Almeida PCdoB-BA Danilo Forte PSB-CE Davidson Magalhães PCdoB-BA Décio Lima PT-SC Delegado Edson Moreira PR-MG Deoclides Macedo PDT-MA Diego Andrade PSD-MG Dilceu Sperafico PP-PR Dimas Fabiano PP-MG Domingos Neto PSD-CE Edmar Arruda PSD-PR Eduardo da Fonte PP-PE Efraim Filho DEM-PB Eli Corrêa Filho DEM-SP Elmar Nascimento DEM-BA Enio Verri PT-PR Erika Kokay PT-DF Ezequiel Fonseca PP-MT Fábio Mitidieri PSD-SE Fausto Pinato PP-SP Felipe Maia DEM-RN Félix Mendonça Júnior PDT-BA Fernando Monteiro PP-PE Flávia Morais PDT-GO Flaviano Melo PMDB-AC Francisco Floriano DEM-RJ Franklin PP-MG Gabriel Guimarães PT-MG Giuseppe Vecci PSDB-GO Givaldo Vieira PT-ES Guilherme Mussi PP-SP Helder Salomão PT-ES Hélio Leite DEM-PA Henrique Fontana PT-RS Herculano Passos PSD-SP Hildo Rocha PMDB-MA Hiran Gonçalves PP-RR Hugo Motta PMDB-PB Iracema Portella PP-PI Jandira Feghali PCdoB-RJ Jô Moraes PCdoB-MG João Arruda PMDB-PR João Carlos Bacelar PR-BA João Daniel PT-SE João Fernando Coutinho PSB-PE Jorge Côrte Real PTB-PE Jorge Solla PT-BA Jorge Tadeu Mudalen DEM-SP José Carlos Aleluia DEM-BA José Carlos Araújo PR-BA José Guimarães PT-CE José Nunes PSD-BA José Reinaldo PSB-MA Jovair Arantes PTB-GO Jozi Araújo Podemos-AP Júlio Cesar PSD-PI Julio Lopes PP-RJ Juscelino Filho DEM-MA Jutahy Junior PSDB-BA Laura Carneiro PMDB-RJ Lázaro Botelho PP-TO Lelo Coimbra PMDB-ES Leo de Brito PT-AC Leonardo Monteiro PT-MG Leonardo Quintão PMDB-MG Luciana Santos PCdoB-PE Lucio Vieira Lima PMDB-BA Luis Tibé Avante-MG Luiz Couto PT-PB Luiz Fernando Faria PP-MG Luiz Sérgio PT-RJ Maia Filho PP-PI Mandetta DEM-MS Marcelo Aguiar DEM-SP Marcelo Castro PMDB-PI Marcelo Matos PHS-RJ Marco Antônio Cabral PMDB-RJ Marcon PT-RS Marcos Medrado Podemos-BA Marcos Montes PSD-MG Marcos Reategui PSD-AP Marcos Soares DEM-RJ Marcus Pestana PSDB-MG Margarida Salomão PT-MG Maria do Rosário PT-RS Maria Helena PSB-RR Marinaldo Rosendo PSB-PE Mário Heringer PDT-MG Mauro Lopes PMDB-MG Moisés Diniz PCdoB-AC Nelson Meurer PP-PR Nelson Pellegrino PT-BA Nilto Tatto PT-SP Nilton Capixaba PTB-RO Nivaldo Albuquerque PRP-AL Odorico Monteiro PSB-CE Orlando Silva PCdoB-SP Osmar Bertoldi DEM-PR Osmar Serraglio PMDB-PR Padre João PT-MG Paes Landim PTB-PI Patrus Ananias PT-MG Pauderney Avelino DEM-AM Paulão PT-AL Paulo Abi-Ackel PSDB-MG Paulo Azi DEM-BA Paulo Magalhães PSD-BA Paulo Pereira da Silva Solidariedade-SP Paulo Pimenta PT-RS Paulo Teixeira PT-SP Pedro Chaves PMDB-GO Pedro Uczai PT-SC Pepe Vargas PT-RS Professor Victório Galli PSC-MT Professora Dorinha Seabra Rezende DEM-TO Professora Marcivania PCdoB-AP Raquel Muniz PSD-MG Reginaldo Lopes PT-MG Reinhold Stephanes PSD-PR Renata Abreu Podemos-SP Renato Andrade PP-MG Renato Molling PP-RS Ricardo Izar PP-SP Ricardo Teobaldo Podemos-PE Roberto Britto PP-BA Roberto Góes PDT-AP Rodrigo de Castro PSDB-MG Rogério Marinho PSDB-RN Rômulo Gouveia PSD-PB Ronaldo Carletto PP-BA Ronaldo Lessa PDT-AL Rôney Nemer PP-DF Rubens Otoni PT-GO Rubens Pereira Júnior PCdoB-MA Ságuas Moraes PT-MT Saraiva Felipe PMDB-MG Sérgio Brito PSD-BA Silvio Costa Avante-PE Silvio Torres PSDB-SP Simão Sessim PP-RJ Simone Morgado PMDB-PA Soraya Santos PMDB-RJ Sóstenes Cavalcante DEM-RJ Thiago Peixoto PSD-GO Valmir Assunção PT-BA Valmir Prascidelli PT-SP Vander Loubet PT-MS Vicente Arruda PDT-CE Vicente Candido PT-SP Vicentinho PT-SP Vicentinho Júnior PR-TO Victor Mendes PSD-MA Vinicius Gurgel PR-AP Wadih Damous PT-RJ Waldenor Pereira PT-BA Walter Ihoshi PSD-SP Weverton Rocha PDT-MA Wilson Beserra PMDB-RJ Wladimir Costa Solidariedade-PA Wolney Queiroz PDT-PE Zé Augusto Nalin PMDB-RJ Zé Carlos PT-MA Zé Geraldo PT-PA Zé Silva Solidariedade Zeca Cavalcanti PTB-PE Zeca Dirceu PT-PR Zeca do Pt PT-MS MARQUE SEU REPRESENTANTE E COBRE DELE. 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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Úlceras de Perna

As úlceras de perna são feridas que se formam na pele da perna em decorrência de doenças como varizes, hipertensão arterial, diabetes e infecções. Acometem pessoas das mais diferentes faixas etárias. Algumas evoluem por longo tempo, tornando-se crônicas; outras, mesmo cicatrizando, deixam consequências estéticas e funcionais graves. Suas causas são: Várias doenças podem causar as úlceras de perna, a saber: varizes (úlcera varicosa), flebite crônica (úlcera pós-flebítica), hipertensão arterial (úlcera hipertensiva), trombose arterial (úlcera isquêmica), diabetes (úlcera diabética), infecção (úlcera infecciosa), trauma (úlcera traumática) e tumores (úlcera tumoral). A úlcera varicosa é conseqüência da estase (acúmulo) de sangue venoso na pele que acaba determinando o seu espessamento, a redução da gordura subcutânea, manchas castanhas e finalmente a lesão. O mesmo mecanismo, ao envolver as veias da pele e as veias mais profundas, é responsável pela úlcera pós-flebítica. Na hipertensão arterial, diabetes, trombose arterial, existe a obstrução das artérias da pele e/ou das artérias profundas gerando a ferida. As úlceras infecciosas são ocasionadas por bactérias que lesam a pele. A úlcera traumática ocorre por corte, contusão ou perfuração e as úlceras tumorais por tumores. São frequentes A incidência das doenças responsáveis pela ocorrência de úlceras de perna varia geograficamente. Nos países desenvolvidos, as lesões mais freqüentes são secundárias a doenças vasculares, principalmente varizes e seqüelas de tromboses venosas profundas. Em regiões menos desenvolvidas, há maior ocorrência de úlceras infecto-parasitárias. Atualmente, em certos países africanos, a principal causa de úlcera de perna é o sarcoma de Kaposi (tumor de pele) secundário à AIDS. No Brasil, predominam nas grandes cidades as úlceras de origem vascular, particularmente a úlcera varicosa, e na zona rural há equilíbrio entre esta última com as de caráter infecto-parasitárias. Sintomas As manifestações clínicas variam de acordo com a doença que originou a úlcera e da própria ferida . Úlceras de perna tumorais Alguns tumores podem se ulcerar (por exemplo, por má irrigação sangüínea do próprio tumor, devido ao seu rápido crescimento) como por exemplo: • O carcinoma espinocelular ulcerado pode aparecer sobre pele normal ou sobre cicatriz de queimadura ou radioterapia. Geralmente, as bordas são endurecidas e pouco nítidas. • O carcinoma basocelular ulcerado tem bordas esbranquiçadas, com aspecto de pérola e com pequenos vasos. • O sarcoma de Kaposi, tumor comum em indivíduos com AIDS, surge como nódulos, em placas avermelhadas ou vinhosas. No Brasil, ao contrário de países africanos, poucos deles se ulceram. Ulceras de perna varicosas Ocorrem em pernas inchadas, com veias dilatadas e visíveis, havendo espessamento da pele e mancha de cor castanha onde vai se instalar a úlcera. Os doentes se queixam de sensação de peso e cansaço nos membros e queimação nos trajetos venosos. A úlcera varicosa costuma ser pouco dolorosa, sendo essa queixa exacerbada quando existe infecção local Úlceras de perna infecciosas ou parasitárias Associam-se a infecções cutâneas e aparecem no curso dessas doenças. Têm secreção purulenta, são dolorosas e apresentam características inflamatórias de bordas ou fundo determinadas pelo processo de base, isto é, o aspecto costuma ser característico de cada agente infeccioso. Úlceras de perna isquêmicas (por falta de circulação) Caracterizam-se por dor intensa, contínua, que se mantém durante a noite, impedindo o sono. Aparecem espontaneamente ou após trauma. No início, surge mancha violácea ou bolha escura com posterior formação de escara que se desprende, aparecendo, então, a úlcera. As úlceras isquêmicas são complicações observadas em diabéticos, hipertensos ou em pacientes com obstrução (trombose) das artérias da perna. Nessa última circunstância, o doente costuma referir dor muscular ao andar que desaparece com o repouso, precedendo o aparecimento da úlcera. Como evitar as úlceras de perna? A profilaxia da lesão cutânea baseia-se no tratamento da doença causal, como operação de varizes, uso de meia elástica, controle da pressão alta, do diabetes, do excesso de peso, realização de exercícios físicos, prevenção de infecções e de traumas nos membros inferiores. TRATAMENTO O tratamento das úlceras de perna deve visar a cura do doença causadora e a cicatrização da lesão. As lesões devem ser tratadas com curativos simples e cuidados rigorosos de higiene Dependendo da causa, empregam-se medicamentos como analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e vasodilatadores. Em alguns doentes, apesar de o tratamento adequado, a lesão evolui cronicamente, arrastando-se por longo tempo Para obter a cicatrização mais rápida, tanto nos casos rotineiros como nos casos crônicos, a indústria farmacêutica desenvolveu uma série de curativos fechados, tendo como modelo a antiga bota de Unna (um curativo feito com sucessivas camadas de bandagens, óxido de zinco, gelatina e glicerina, até se tornar rígido). Esses curativos fechados são formados por gases e esponjas absorventes impregnadas de medicamentos ou novos produtos constituídos por aglomerados de alginatos (um tipo de sal) carvão ativado ou hidrocolóides (um tipo de preparo de material). Existem também os curativos bioativos obtidos por engenharia genética ou pele sintética. Nesses casos, a pele é criada em laboratório, isto é, cultivada em tubos de ensaio para ser posteriormente usada. Tratamento da úlcera varicosa Na úlcera varicosa, após sua cicatrização, deve-se operar as varizes. Quando o paciente não tem condições clínicas para ser submetido à cirurgia ou apresenta seqüelas das flebites profundas, estará indicado o uso de meias ou faixas elásticas. Tratamento das úlceras de perna isquêmicas? Nas úlceras isquêmicas deve-se controlar a pressão arterial e o diabetes, quando presente, além de utilizar drogas analgésicas (para combater a dor) e ativadoras da circulação cutânea. No caso de haver obstrução das artérias maiores, pode ser necessária operação de revascularização do membro por desobstrução da artéria, angioplastia (dilatação) ou com colocação de ponte de safena ou de material plástico conforme o caso. Tratamento em caso de úlcera de perna infecciosa As infecções podem ser causa ou complicação das úlceras de perna. Devem ser tratadas com antibióticos por via oral ou sob forma de injeções, escolhidos, sempre que possível, com base em cultura da secreção da lesão e antibiograma. A utilização de antibióticos locais deve ser evitada, pois podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes. As sequelas das úlceras de perna são: Cicatrizes desfigurantes, Alterações da capacidade funcional do membro, Surgimento de câncer na úlcera.

domingo, 17 de setembro de 2017

Pé Diabético: O segredo de conseguir a menor taxa de amputações do País

A mais baixa taxa de amputações major devido a pé diabético do País, em 2015, foi registada no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. Conseguiu-se assim menos de uma amputação (0,95) por 100 mil habitantes, quando a taxa média no Norte do País é de 3,4/100.000 h. e a nacional é de 5,4/100.000 h., segundo o Observatório Nacional da Diabetes. O segredo do sucesso está na Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético, criada em 1998 pela cirurgiã Maria de Jesus Dantas, de 53 anos, após ter feito um estágio no Hospital de Santo António, no Porto, onde já existia esta consulta – única, na época, a nível nacional. Inicialmente, a coordenadora começou a trabalhar com uma enfermeira e hoje em dia tem também o apoio da Cirurgia Geral, da Cirurgia Vascular, da Ortopedia e da Podologia, assim como de mais uma enfermeira. Face aos resultados alcançados, a equipa recebeu, recentemente, o Prémio Bial Medicina Clínica 2016, no valor de 100 mil euros. Como refere a responsável, “é o reconhecimento de um projeto que tem ultrapassado vários obstáculos.” A Consulta vai dispor, em breve, de um espaço remodelado, onde os doentes podem ter mais privacidade, mudança está integrada num plano global de remodelação da Consulta Externa do atual Conselho de Administração, o que vai permitir ter uma verdadeira ‘Clínica do Pé Diabético’, além de também se renovar o equipamento de tratamento para Podologia. Nestas novas conquistas também se conta com o apoio da Liga de Amigos do CHTS, que vai oferecer o equipamento para a confeção de palmilhas personalizadas. Falta apostar na Podologia Os resultados ao fim de quase 20 anos são muito positivos, mas não tem sido fácil, principalmente nos recursos humanos. “O mais difícil foi conseguir ter uma podologista a tempo inteiro, que é uma área básica e que devia constar de qualquer equipa de pé diabético desde a sua constituição”, salienta Maria de Jesus Dantas. A médica defende que a Podologia também devia ser um imperativo nos cuidados de saúde primários. “Recebemos muitos casos de doentes que podiam ser tratados nos centros de saúde, porque não existe esta valência, o que não faz qualquer sentido, pois, estamos sobrelotados com situações menos graves quando somos uma consulta de nível 3.” E dá exemplos: “Há quem venha dos CSP para ter cuidados básicos, como tratar uma unha encravada ou calosidades que, existindo meios, podem e devem ser da competência dos profissionais dos cuidados de proximidade, como é, aliás, desejo expresso de todos os utentes.” Miguel Maia (cirurgião vascular), Júlio Marinheiro (ortopedista), Maria de Jesus Dantas (cirurgiã geral), Alexandra Lopes (podologista) e Fátima Santos (enfermeira). Maria de Jesus Dantas diz não entender esta falta de aposta, por parte do Ministério da Saúde, na Podologia, se a própria Direção-Geral da Saúde recomenda, desde 2011, a existência de “um profissional treinado em Podologia” na equipa de saúde nas consultas de todos os níveis, desde o 1 até ao 3. “Como é possível? Estamos a subverter o sistema de saúde, que deve ter por base os CSP, referenciando-se para o hospital apenas os casos mais graves, como as revascularizações, as amputações, as drenagens…” E enfatiza: “Há pessoas que vêm de Baião ou Resende – localidades muito distantes do hospital – para tratamentos simples, o que implica gastos em transporte, um dia de trabalho perdido para eles e/ou para um familiar…” Apesar destes problemas, Maria de Jesus Dantas não podia estar mais feliz com a equipa. “O empenho, a resiliência e a vontade de aprender e de dar o nosso melhor ajudam-nos muito”, reconhece. E, como gosta de salientar, “o prémio recebido deve-se ao trabalho de todos, pois, acreditamos que é possível ter um diabético a caminhar sobre os dois pés durante toda a sua vida…” “É um enorme orgulho” Carlos Alberto Silva diz-se “muito lisonjeado” pelo sucesso da Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético num hospital que tem a segunda maior Urgência do Norte, a seguir ao Centro Hospitalar de São João, no Porto. Para o presidente do Conselho de Administração do CHTS, economista de formação, “é um enorme orgulho poder ter à disposição da população este tipo de cuidados que, apesar de não serem considerados complexos e diferenciados – como acontece com outras valências –, tem um valor acrescentado na vida de muitas pessoas”. Daí que dê todo o apoio à Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético. “A humanização é muito importante, o que também nos levou a apostar na remodelação do espaço da Consulta Externa, para que esta equipa – e as restantes – tenham melhores condições”, salienta. Quanto à dificuldade de se ter podologistas a tempo inteiro nos hospitais, Carlos Alberto Silva é perentório: “Este tipo de atos não é contabilizado nos contratos-programa, daí que as unidades hospitalares não façam uma aposta tão forte na Podologia.” Uma realidade que espera venha a mudar nos próximos tempos, já que “há uma maior sensibilização sobre a importância dos tratamentos podológicos, mesmo na tutela”. Publicado em 5 de setembro de 2017 - 19:28

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

PSORÍASE UNGUEAL E PLANTAR

Psoríase ungueal Em até 90% dos casos a psoríase pode envolver as unhas, correspondendo a um grande estigma da doença, pois interfere nas relações sociais e atividades de trabalho. As alterações ungueais observadas nos pacientes com psoríase dependem do local da unha envolvido e podem ser caracterizadas por depressões cupuliformes e puntiformes (pitting), descoloração, hipequeratose subungueal, estrias longitudinais e onicólise. Psoríase palmoplantar Cerca de 12% dos pacientes podem desenvolver a psoríase somente nas mãos e pés. As placas geralmente são bem delimitadas e podem ser tanto finas como espessas, provocando fissuras e dor, atingindo apenas pequenas áreas de maior atrito ou sua totalidade.

ONICOMICOSES

Sinônimos e nomes populares Tinha da unha , Micose O que é? É uma infecção da lâmina ungueal (unha) por dermatófito ou por outros fungos como leveduras do gênero Cândidas, leveduras exógenas e outros gêneros de fungos existentes na terra e em madeiras apodrecidas. Pode haver comprometimento de uma única unha ou de várias. Em aidéticos, por exemplo, é frequente o acometimento múltiplo das unhas. Ocorre em cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos. É mais comum em mulheres pela maior exposição, por uso de sapatos abertos e contaminação por manicures e pedicuros. É rara em crianças, provavelmente, pelo crescimento mais rápido da unha, dificultando o desenvolvimento do fungo. Como se desenvolve ou se adquire? As fontes de infecção podem ser o solo, animais, pessoas ou alicates e tesouras contaminados. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado nos sapatos, favorece o crescimento destes organismos. É muito frequente o contato do homem com fungos, e a convivência pode ocorrer durante anos sem provocar doenças. Estas só acontecem quando os fungos encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento, alterando o equilíbrio da pele. O que se sente? O acometimento da unha por dermatófito pode ser inicialmente subungueal (sob a unha) distal (na extremidade) e/ou lateral, subungueal proximal (em relação ao corpo, próximo do) e superficial. Todas as formas podem evoluir para o comprometimento total da lâmina ungueal. O início mais frequente é pela borda distal, que se torna opaca com detritos córneos sob a placa ungueal. O aspecto é, no início, similar na porção subungueal lateral ou proximal. Na superficial, ocorrem manchas brancas na lâmina ungueal ligeiramente escamosa. Tipos de Onicomicoses Descolamento da borda livre A unha descola do seu leito, geralmente iniciando pelos cantos e fica oca. Pode haver acúmulo de material sob a unha. É a forma mais frequente. Espessamento As unhas aumentam de espessura, ficando endurecidas e grossas. Esta forma pode vir acompanhada de dor e levar ao aspecto de "unha em telha" ou "unha de gavião". Leuconíquia Manchas brancas na superfície da unha. Destruição e deformidades A unha fica frágil, quebradiça e quebra-se nas porções anteriores, ficando deformada. Paroníquia (unheiro) O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. Como é feito o diagnóstico? Para a confirmação do diagnóstico deve ser encontrado o dermatófito. Este pode ser identificado no exame direto, sem haver necessidade de cultivo. As culturas são de difícil obtenção e têm interesse para a identificação da espécie. É preferível repetir várias vezes o exame direto antes de recorrer ao cultivo. É aconselhável não instituir um tratamento sistêmico de tinha da unha sem ter o exame micológico positivo. Tratamento O tratamento divide-se em local, sistêmico ou combinado. A escolha de uma ou outra forma de tratamento depende do número de unhas comprometidas, do grau de comprometimento, do estado imunológico do paciente e da presença de doenças que contra indiquem uso de medicamentos orais. A resposta terapêutica é determinada pelo estado biológico do fungo, e do grau de comprometimento da unha. O tratamento é eficaz, embora seja longo, principalmente, nas unhas dos pés, que apresentam uma velocidade de crescimento menor que as unhas das mãos. O tratamento deve sempre ter acompanhamento médico, para haver a exata determinação do término do tratamento e também devido a terapia sistêmica (que não é local), poder apresentar efeitos colaterais e possíveis intervenções medicamentosas. O podólogo é um profissional habilitado, capaz de auxiliar no tratamento das micoses ungueais (unha), pois promove a assepsia do local acometido facilitando a ação dos medicamentos. A extração cirúrgica pode ser dolorosa e, às vezes, inútil. A extração química com ureia possibilita resultado, mas, devido aos novos tópicos, está em desuso. Como se previne? A prevenção dá-se através de hábitos higiênicos como evitar a umidade nos pés por período prolongado. O uso de calçados fechados que dificultam a transpiração e o contato dos pés descalços com lugares públicos como banheiros e piscinas são fatores de risco. É aconselhável o uso de meias de algodão, que absorvem a umidade dos pés melhor do que as de nylon; e a exposição do calçado ao sol, pois a ação dos raios ultravioleta impede desenvolvimento do bolor (fungos) e da umidade. É prudente também observar a pele e o pêlo dos animais de estimação, pois podem ser agentes transmissores.

Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético

Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético O que é o Pé Diabético? Uma das complicações crônicas do diabetes é o popularmente conhecido pé diabético. Ele ocorre mais rapidamente naquelas pessoas que não fazem um controle adequado de seus níveis de glicemia (açúcar) no sangue. Alguns cuidados simples podem prevenir tal condição e criar a possibilidade de se evitar as amputações de membros em 100% dos casos. Pessoas que têm diabetes durante 10 ou 20 anos começam a apresentar diminuição da circulação arterial e redução da sensibilidade dolorosa e térmica nos membros, a chamada neuropatia diabética. Taxas aumentadas de glicose no sangue por longo período de tempo podem causar esta neuropatia, que é sentida como um formigamento, agulhadas, dor, dormência, queimação ou fraqueza nos membros. Diferente do que acontece com problemas circulatórios, que dão dores na batata da perna ou nas coxas quando as pessoas se movimentam e melhoram com o repouso, os sintomas da neuropatia são piores à noite, ao deitar. Muitos diabéticos só se dão conta do que está acontecendo quando seus pés ou pernas já apresentam feridas ou, em um estágio mais avançado, infecções no local da ferida. Mas a prevenção é o meio mais eficaz de evitar estes problemas. O que fazer para evitar o Pé Diabético? A observação e a higienização correta auxiliam na prevenção e diagnóstico precoce das lesões. E alguns cuidados simples podem ser tomados para evitar estes problemas. Examine seus pés diariamente Para facilitar este exame dos pés, use um espelho ou peça ajuda de uma pessoa querida. Procure bolhas, feridas, ferimentos, calos, frieiras, cortes, rachaduras e alterações de coloração na pele. Faça o exame sempre em um local bem iluminado, preferencialmente usando luz solar. E em todas as consultas com seu médico, peça-o para examinar seus pés. No banho mantenha seus pés limpos usando sabonete de glicerina e água morna. Nunca use água quente, pois a diminuição da sensibilidade térmica pode fazer com que você se queime. Teste a temperatura da água com o cotovelo e só depois coloque os seus pés nela. Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, sem esfregar, principalmente entre os dedos e ao redor das unhas. Nunca use secador de cabelos, aquecedores, cobertores térmicos ou lâmpadas para secar os pés. Eles podem queimá-lo sem que você perceba. Mantenha a pele hidratada, aplicando creme ou loção hidratante. Não aplique em cortes ou ferimentos ou entre os dedos para evitar umidade. O uso de talco não é necessário, mas se você tem o costume de fazê-lo, use em pouca quantidade. Qual meia devo usar? As meias sem costura e sem elástico são as melhores para pessoas diabéticas, pois evitam machucados. Prefira usar meias de lã no inverno e meias de algodão no verão. Evite as meias de nylon que dificultam a transpiração e perdem rapidamente a qualidade. Quais os cuidados que devo tomar com as minhas unhas? Lave e seque bem seus pés e unhas antes de cortá-las. O ideal é cortá-las com intervalo máximo de 4 semanas e lixar uma vez por semana, utilizando um cortador de unhas adequado ou uma tesoura de ponta redonda. O corte deve ser quadrado, deixando ver uma pequena parte branca. Lixe os cantos para mantê-los arredondados. Não descole a unha da base com espátulas, nem corte os cantos arredondados para evitar que sua unha encrave. Caso você já tenha unha encravada, você precisa procurar um serviço especializado em tratamento dos pés, o Podólogo ou um dermatologista para avaliar a necessidade de uma pequena cirurgia no local. Só utilize os serviços Podólogos, pois são treinados e vão oferecer o melhor tratamento ao seus pés. Informe sempre que é diabético. Nunca corte calos ou calosidades, nem use calicidas ou abrasivos como lixas ou raladores. Procure um médico para tratar a causa do aparecimento de calosidades que podem ser devido ao uso de calçados inadequados, a presença de joanetes ou deformidades nos pés. Caso suas unhas estejam muito grossas, com aspecto “esfarelado”, com alterações na cor ou descolando da base, procure um dermatologista pois você pode estar com micose e necessitar de um tratamento com mediações de uso oral por algumas semanas. Quais são os cuidados gerais a serem tomados com os meus pés? Ao se expor ao sol, utilize protetores solares, inclusive nos pés para protegê-los de queimaduras. É comum acontecerem queimaduras nos pés na praia, ao pisar em areia quente. Fique atento a este detalhe. Evite manter as pernas cruzadas, para facilitar a circulação. Se você trabalha sentado, procure mexer os pés a cada 30 minutos. Não use bolsas de água quente nos pés. Evite andar descalço, mesmo dentro de casa. Calçados. Quais os melhores? O ideal são sapatos fechados, de couro macio, em numeração e altura adequadas e que sejam confortáveis. Os que têm piso anti-derrapante com solado rígido e seguro são uma boa opção, pois dão maior segurança para caminhar. Existem algumas lojas especializadas que oferecem calçados e palmilhas específicos para diabéticos. Sempre que calçar um sapato, verifique o seu interior para não ferir os pés em pedras, pregos ou outros pequenos objetos. Examine os sapatos com atenção, procurando deformidades nas palmilhas ou costuras. Evite usar sapatos sem meia Guarde seus sapatos em ambiente arejado e lave-os sempre que necessário. Deixe secar bem antes de usá-los. Para os exercícios físicos, você deve escolher um tênis confortável, com sistema de amortecimento de impactos. Reserve um tênis apenas para a prática de esportes. Compre seus sapatos de preferência na parte da tarde e em dias de calor, quando seus pés vão estar mais inchados. Nunca use um sapato novo o dia inteiro. Comece usando meia hora no primeiro dia e vá aumentando 30 minutos a cada dia de uso até se adaptar ao novo calçado. Abandone o uso de calçados que sejam desconfortáveis ou que causem bolhas ou ferimentos nos seus pés. Invista na prevenção de lesões nos pés, para evitar gastos com tratamentos futuros. Para as mulheres, os saltos quadrados de no máximo 2 a 3 centímetros de altura e, se possível, no formato de mata-borrão. São os melhores. Evite saltos altos e bicos finos, que apertam os pés. Sapatos de plástico ou de couro sintético aumentam a transpiração nos pés e devem ser evitados. Chinelos de dedo ou tiras que deixam os pés desprotegidos e deformam com o uso não devem ser usados. Cuidado com os ferimentos! Quem tem diabetes há vários anos precisa ter em mente que a perda de sensibilidade nos membros pode levar ao aparecimento de ferimentos sem que a pessoa perceba. Em caso de ferimentos ou acidentes nos pés ou pernas, faça um tratamento imediato. Não espere para “ver se vai melhorar”. Este tempo perdido pode gerar complicações como infecções e dificuldade de cicatrização das feridas. Os primeiros cuidados a serem tomados são: lave o local do ferimento com água limpa e sabão neutro, cubra com gaze estéril e enfaixe sem apertar. Em seguida, procure um médico. Não use produtos com iodo ou corantes, não use band-aid ou fita adesiva diretamente na pele. Nunca trate os ferimentos sem orientação médica, nem tome ou aplique medicamentos ou qualquer outra sibstância por conta própria ou por orientação de amigos. A presença de febre, vermelhidão no local da ferida, inchaço ou pus nos pés ou pernas são sintomas preocupantes. Procure imediatamente o seu médico e não interrompa o tratamento de diabetes! Dois amigos dos seus pés Não fumar e fazer um bom controle de seus níveis glicêmicos (açúcar no sangue) são as duas principais armas para evitar o pé diabético. Procure ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos com regularidade, sempre com orientação do seu médico e de um nutricionista. Isto posterga o início do uso de medicamentos para tratar o diabetes e em muitos casos evita o uso de insulina para controlar a doença. O exercício também melhora a circulação arterial. Já está comprovado que o maior número de casos de amputações de pés e pernas ocorre nos diabéticos que fumam. Como ninguém quer aumentar os seus riscos, assuma com você mesmo o compromisso de parar de fumar. Tenha força de vontade e atinja este objetivo. Caso tenha dificuldades, procure ajuda especializada. Fontes: American Diabetes Association Canadian Diabetes Association

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético O que é o Pé Diabético? Uma das complicações crônicas do diabetes é o popularmente conhecido pé diabético. Ele ocorre mais rapidamente naquelas pessoas que não fazem um controle adequado de seus níveis de glicemia (açúcar) no sangue. Alguns cuidados simples podem prevenir tal condição e criar a possibilidade de se evitar as amputações de membros em 100% dos casos. Pessoas que têm diabetes durante 10 ou 20 anos começam a apresentar diminuição da circulação arterial e redução da sensibilidade dolorosa e térmica nos membros, a chamada neuropatia diabética. Taxas aumentadas de glicose no sangue por longo período de tempo podem causar esta neuropatia, que é sentida como um formigamento, agulhadas, dor, dormência, queimação ou fraqueza nos membros. Diferente do que acontece com problemas circulatórios, que dão dores na batata da perna ou nas coxas quando as pessoas se movimentam e melhoram com o repouso, os sintomas da neuropatia são piores à noite, ao deitar. Muitos diabéticos só se dão conta do que está acontecendo quando seus pés ou pernas já apresentam feridas ou, em um estágio mais avançado, infecções no local da ferida. Mas a prevenção é o meio mais eficaz de evitar estes problemas. O que fazer para evitar o Pé Diabético? A observação e a higienização correta auxiliam na prevenção e diagnóstico precoce das lesões. E alguns cuidados simples podem ser tomados para evitar estes problemas. Examine seus pés diariamente Para facilitar este exame dos pés, use um espelho ou peça ajuda de uma pessoa querida. Procure bolhas, feridas, ferimentos, calos, frieiras, cortes, rachaduras e alterações de coloração na pele. Faça o exame sempre em um local bem iluminado, preferencialmente usando luz solar. E em todas as consultas com seu médico, peça-o para examinar seus pés. No banho Mantenha seus pés limpos usando sabonete de glicerina e água morna. Nunca use água quente, pois a diminuição da sensibilidade térmica pode fazer com que você se queime. Teste a temperatura da água com o cotovelo e só depois coloque os seus pés nela. Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, sem esfregar, principalmente entre os dedos e ao redor das unhas. Nunca use secador de cabelos, aquecedores, cobertores térmicos ou lâmpadas para secar os pés. Eles podem queimá-lo sem que você perceba. Mantenha a pele hidratada, aplicando creme ou loção hidratante. Não aplique em cortes ou ferimentos ou entre os dedos para evitar umidade. O uso de talco não é necessário, mas se você tem o costume de fazê-lo, use em pouca quantidade. Qual meia devo usar? As meias sem costura e sem elástico são as melhores para pessoas diabéticas, pois evitam machucados. Prefira usar meias de lã no inverno e meias de algodão no verão. Evite as meias de nylon que dificultam a transpiração e perdem rapidamente a qualidade. Quais os cuidados que devo tomar com as minhas unhas? Lave e seque bem seus pés e unhas antes de cortá-las. O ideal é cortá-las com intervalo máximo de 4 semanas e lixar uma vez por semana, utilizando um cortador de unhas adequado ou uma tessoura de ponta romba. O corte deve ser quadrado, deixando ver uma pequena parte branca. Lixe os cantos para mantê-los arredondados. Não descole a unha da base com espátulas, nem corte os cantos arredondados para evitar que sua unha encrave. Caso você já tenha unha encravada, você precisa procurar um serviço especializado em tratamento dos pés ou um dermatologista para avaliar a necessidade de uma pequena cirurgia no local. Só utilize os serviços de manicures e pedicures treinados e peça para que não tirem as cutículas e não corte os cantos. Informe sempre que é diabético. Nunca corte calos ou calosidades, nem use calicidas ou abrasivos como lixas ou raladores. Procure um médico para tratar a causa do aparecimento de calosidades que podem ser devido ao uso de calçados inadequados, a presença de joanetes ou deformidades nos pés. Caso suas unhas estejam muito grossas, com aspecto “esfarelado”, com alterações na cor ou descolando da base, procure um dermatologista pois você pode estar com micose e necessitar de um tratamento com mediações de uso oral por algumas semanas. Quais são os cuidados gerais a serem tomados com os meus pés? Ao se expor ao sol, utilize protetores solares, inclusive nos pés para protegê-los de queimaduras. É comum acontecerem queimaduras nos pés na praia, ao pisar em areia quente. Fique atento a este detalhe. Evite manter as pernas cruzadas, para facilitar a circulação. Se você trabalha sentado, procure mexer os pés a cada 30 minutos. Não use bolsas de água quente nos pés. Evite andar descalço, mesmo dentro de casa. Calçados. Quais os melhores? O ideal são sapatos fechados, de couro macio, em numeração e altura adequadas e que sejam confortáveis. Os que têm piso anti-derrapante com solado rígido e seguro são uma boa opção, pois dão maior segurança para caminhar. Existem algumas lojas especializadas que oferecem calçados e palmilhas específicos para diabéticos. Sempre que calçar um sapato, verifique o seu interior para não ferir os pés em pedras, pregos ou outros pequenos objetos. Examine os sapatos com atenção, procurando deformidades nas palmilhas ou costuras. Evite usar sapatos sem meia Guarde seus sapatos em ambiente arejado e lave-os sempre que necessário. Deixe secar bem antes de usá-los. Para os exercícios físicos, você deve escolher um tênis confortável, com sistema de amortecimento de impactos. Reserve um tênis apenas para a prática de esportes. Compre seus sapatos de preferência na parte da tarde e em dias de calor, quando seus pés vão estar mais inchados. Nunca use um sapato novo o dia inteiro. Comece usando meia hora no primeiro dia e vá aumentando 30 minutos a cada dia de uso até se adaptar ao novo calçado. Abandone o uso de calçados que sejam desconfortáveis ou que causem bolhas ou ferimentos nos seus pés. Invista na prevenção de lesões nos pés, para evitar gastos com tratamentos futuros. Para as mulheres, os saltos quadrados de no máximo 2 a 3 centímetros de altura e, se possível, no formato de mata-borrão. São os melhores. Evite saltos altos e bicos finos, que apertam os pés. Sapatos de plástico ou de couro sintético aumentam a transpiração nos pés e devem ser evitados. Chinelos de dedo ou tiras que deixam os pés desprotegidos e deformam com o uso não devem ser usados. Cuidado com os ferimentos! Quem tem diabetes há vários anos precisa ter em mente que a perda de sensibilidade nos membros pode levar ao aparecimento de ferimentos sem que a pessoa perceba. Em caso de ferimentos ou acidentes nos pés ou pernas, faça um tratamento imediato. Não espere para “ver se vai melhorar”. Este tempo perdido pode gerar complicações como infecções e dificuldade de cicatrização das feridas. Os primeiros cuidados a serem tomados são: lave o local do ferimento com água limpa e sabão neutro, cubra com gaze estéril e enfaixe sem apertar. Em seguida, procure um médico. Não use produtos com iodo ou corantes, não use band-aid ou fita adesiva diretamente na pele. Nunca trate os ferimentos sem orientação médica, nem tome ou aplique medicamentos ou qualquer outra sibstância por conta própria ou por orientação de amigos. A presença de febre, vermelhidão no local da ferida, inchaço ou pus nos pés ou pernas são sintomas preocupantes. Procure imediatamente o seu médico e não interrompa o tratamento de diabetes! Dois amigos dos seus pés Não fumar e fazer um bom controle de seus níveis glicêmicos (açúcar no sangue) são as duas principais armas para evitar o pé diabético. Procure ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos com regularidade, sempre com orientação do seu médico e de um nutricionista. Isto posterga o início do uso de medicamentos para tratar o diabetes e em muitos casos evita o uso de insulina para controlar a doença. O exercício também melhora a circulação arterial. Já está comprovado que o maior número de casos de amputações de pés e pernas ocorre nos diabéticos que fumam. Como ninguém quer aumentar os seus riscos, assuma com você mesmo o compromisso de parar de fumar. Tenha força de vontade e atinja este objetivo. Caso tenha dificuldades, procure ajuda especializada. Fontes: American Diabetes Association Canadian Diabetes Association

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução? Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução? O que é doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? Como o próprio nome indica, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença crônica e progressiva que acomete os pulmões e destrói e/ou danifica os alvéolos. Ela é insidiosa e se desenvolve aos poucos. Durante anos pode apresentar apenas sintomas ligeiros que se tornam mais intensos e limitantes nos seus estágios avançados. A doença pulmonar obstrutiva crônica faz com que o ar fique retido nos pulmões e reduz a quantidade de capilares nas paredes dos alvéolos. Estas alterações prejudicam as trocas gasosas (oxigênio por gás carbônico e vice versa) que ocorrem nos alvéolos. Nas primeiras fases da doença, a concentração de oxigênio no sangue é reduzida, mas os valores de gás carbônico permanecem inalterados. Em fases mais avançadas, os valores de gás carbônico no sangue se elevam, enquanto a concentração de oxigênio é reduzida ainda mais. A doença é consideravelmente mais frequente em fumantes e em pessoas que tiveram tuberculose. Ela é parcialmente reversível em alguns casos iniciais. Quais são as causas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? A doença pulmonar obstrutiva crônica é associada a enfermidades como bronquite crônica, asma crônica, enfisema pulmonar e bronquiectasia e também é causada ou agravada pelo tabagismo, pela exposição passiva ao fumo, à poeira e pela poluição ambiental. Normalmente a doença desenvolve-se após vários anos dessas agressões aos pulmões, levando a danos irreversíveis, em geral. Os fatores genéticos podem também influenciar no surgimento da doença pulmonar obstrutiva crônica, quando há a presença de enzimas relacionadas à destruição do parênquima pulmonar, como, por exemplo, uma afecção hereditária rara que desenvolve enfisema em crianças ou adolescentes. Quais são os principais sinais e sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? Os sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica instalam-se aos poucos. De início, a dispneia ocorre apenas quando o paciente realiza esforços maiores, porém, com o passar do tempo, o paciente apresenta dificuldades para respirar quando desempenha tarefas corriqueiras ou mesmo quando está em repouso. O paciente fumante pode exibir, desde o início, uma tosse e pigarrear característicos. Os principais sinais e sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica estabelecida são: limitação do fluxo aéreo (dificuldade para respirar); dispneia (falta de ar); chiado no peito; hemoptise; tosse com expectoração (principalmente de manhã, em virtude de uma maior coleção de catarro à noite). A hiperinsuflação dos pulmões leva a danos das fibras musculares do diafragma, fadiga muscular, insuficiência respiratória e outras consequências. No exame físico de alguns pacientes, pode-se encontrar tórax em tonel e dispneia. Na ausculta, o médico pode observar alterações características dos sons pulmonares. Como o médico diagnostica a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? Além da história clínica e do exame físico, o médico pode valer-se de radiografias, tomografia do tórax, gasometria, ecocardiograma e espirometria (exame que mede a capacidade pulmonar do paciente). Como a doença pulmonar obstrutiva crônica refere-se a enfermidades como bronquite crônica, asma crônica, enfisema pulmonar e bronquiectasia, que podem causar essa condição, um diagnóstico diferencial deve ser feito com as infecções e os tumores respiratórios. Como o médico trata a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica deve envolver, além do médico, um fisioterapeuta especializado. A medida inicial é a interrupção do tabagismo, se ele existe. Conforme o caso, o médico pode prescrever anti-inflamatórios, broncodilatadores, corticoides e oxigenioterapia (em casos mais graves e avançados). A oxigenioterapia é o melhor recurso terapêutico para a doença pulmonar obstrutiva crônica avançada. Outros recursos não medicamentosos são: reabilitação pulmonar, dieta que contenha mais gordura, suporte ventilatório mecânico e cateter de oxigênio conectado ao nariz. O fisioterapeuta dispõe de várias técnicas específicas para ajudar os pacientes. O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica necessita de manobras de higiene respiratória, reabilitação pulmonar, drenagem postural, percussão pulmonar manual, vibração manual etc. É de especial importância que as pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica sejam vacinadas anualmente contra a gripe e a pneumonia, uma vez que essas condições podem gerar complicações graves. Como evolui a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)? Na fase inicial, a doença pulmonar obstrutiva crônica é parcialmente reversível. Um bom prognóstico da doença depende do diagnóstico precoce, de um tratamento adequado e da abstinência do tabaco. Pacientes que deixam de fumar obtêm uma melhora imediata da função pulmonar; os que continuam fumando sofrem declínio rápido e progressivo das funções pulmonares. Uma reabilitação pulmonar multidisciplinar comprovadamente aumenta a sobrevida dos pacientes. ABC.MED.BR, 2013. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução?. Disponível em: .

quinta-feira, 21 de março de 2013

PÉ DIABÉTICO Sinônimos Gangrena diabética, mal perfurante plantar, arteriopatia diabética nos pés. Os problemas que aparecem na perna e, particularmente no pé dos diabéticos constituem um constante desafio à ciência e à profissão médica. As alterações anatomopatológicas do diabete mellitus são numerosas, acometem o corpo como um todo e de várias formas, principalmente no período avançado da moléstia e na região de transição da perna ao tornozelo e no pé propriamente dito. A neuropatia diabética e suas alterações da sensibilidade dos pés têm sido as maiores responsáveis pelo aparecimento destas lesões de difícil tratamento e de prognóstico reservado. Normalmente, o diabético só se dá conta da lesão quando esta se encontra em estágio avançado e quase sempre com uma infecção secundária, o que torna o tratamento extremamente difícil, devido à insuficiência circulatória. Sintomas Desaparecimento ou diminuição dos reflexos do tendão, das rótulas e do calcanhar são freqüentes. Diminuição na sensibilidade térmica e dolorosa e áreas de anestesia são justificativa às tão freqüentes lesões. Na verdade, o grande problema do diabético - devido à sua falta de sensibilidade - é que só se apercebe da seriedade de seu caso, quando sente o mau cheiro exalado pela gangrena diabética. Diagnóstico O diagnóstico é feito pela história clínica e pelo exame físico da lesão que geralmente é indolor porém extensa e de odor extremamente desagradável devido à necrose úmida que provoca. Tratamento O tratamento do pé diabético, pode ser imprevisível, devido ao potencial evolutivo que ocorrem nas lesões diabéticas, principalmente quando se associam à polineuropatia, à vasculopatia e às infecções. É necessário o controle rigoroso da glicemia através da dieta e de insulina ou hipoglicemiantes orais, bem como da limpeza diária e tratamento precoce das lesões - o mais imediato possível. A cirurgia arterial direta e a simpatectomia são possibilidades que podem ser utilizados. Examinar os pés diariamente, bem como a proteção dos dedos e maléolos é a maneira mais fácil de evitar o aparecimento destas perigosas lesões; é necessário secar bem os pés, cortar cuidadosa e periodicamente as unhas; é preciso evitar a colocação de calor local, tipo bolsas de água quente e proximidade com o fogo; é recomendável fazer um exame diário dos sapatos, evitando pregos ou corpos estranhos soltos no interior deles Estas são precauções que, na maioria dos casos, evitam o aparecimento das lesões que podem levar a amputações.

domingo, 2 de dezembro de 2012

ONICOMICOSES

Sinônimos e nomes populares Tinha da unha , Micose O que é? É uma infecção da lâmina ungueal (unha) por dermatófito ou por outros fungos como leveduras do gênero Cândidas, leveduras exógenas e outros gêneros de fungos existentes na terra e em madeiras apodrecidas. Pode haver comprometimento de uma única unha ou de várias. Em aidéticos, por exemplo, é frequente o acometimento múltiplo das unhas. Ocorre em cerca de 20% da população adulta entre 40 e 60 anos. É mais comum em mulheres pela maior exposição, por uso de sapatos abertos e contaminação por manicures e pedicuros. É rara em crianças, provavelmente, pelo crescimento mais rápido da unha, dificultando o desenvolvimento do fungo. Como se desenvolve ou se adquire? As fontes de infecção podem ser o solo, animais, pessoas ou alicates e tesouras contaminados. Além disso, a queratina, substância que forma as unhas, é o "alimento" dos fungos. As unhas mais comumente afetadas são as dos pés, pois o ambiente úmido, escuro e aquecido, encontrado nos sapatos, favorece o crescimento destes organismos. É muito frequente o contato do homem com fungos, e a convivência pode ocorrer durante anos sem provocar doenças. Estas só acontecem quando os fungos encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento, alterando o equilíbrio da pele. O que se sente? O acometimento da unha por dermatófito pode ser inicialmente subungueal (sob a unha) distal (na extremidade) e/ou lateral, subungueal proximal (em relação ao corpo, próximo do) e superficial. Todas as formas podem evoluir para o comprometimento total da lâmina ungueal. O início mais frequente é pela borda distal, que se torna opaca com detritos córneos sob a placa ungueal. O aspecto é, no início, similar na porção subungueal lateral ou proximal. Na superficial, ocorrem manchas brancas na lâmina ungueal ligeiramente escamosa. Tipos de Onicomicoses Descolamento da borda livre A unha descola do seu leito, geralmente iniciando pelos cantos e fica oca. Pode haver acúmulo de material sob a unha. É a forma mais frequente. Espessamento As unhas aumentam de espessura, ficando endurecidas e grossas. Esta forma pode vir acompanhada de dor e levar ao aspecto de "unha em telha" ou "unha de gavião". Leuconíquia Manchas brancas na superfície da unha. Destruição e deformidades A unha fica frágil, quebradiça e quebra-se nas porções anteriores, ficando deformada. Paroníquia (unheiro) O contorno ungueal fica inflamado, dolorido, inchado e avermelhado e, por consequência, altera a formação da unha, que cresce ondulada e com alterações da superfície. Como é feito o diagnóstico? Para a confirmação do diagnóstico deve ser encontrado o dermatófito. Este pode ser identificado no exame direto, sem haver necessidade de cultivo. As culturas são de difícil obtenção e têm interesse para a identificação da espécie. É preferível repetir várias vezes o exame direto antes de recorrer ao cultivo. É aconselhável não instituir um tratamento sistêmico de tinha da unha sem ter o exame micológico positivo. Tratamento O tratamento divide-se em local, sistêmico ou combinado. A escolha de uma ou outra forma de tratamento depende do número de unhas comprometidas, do grau de comprometimento, do estado imunológico do paciente e da presença de doenças que contra indiquem uso de medicamentos orais. A resposta terapêutica é determinada pelo estado biológico do fungo, e do grau de comprometimento da unha. O tratamento é eficaz, embora seja longo, principalmente, nas unhas dos pés, que apresentam uma velocidade de crescimento menor que as unhas das mãos. O tratamento deve sempre ter acompanhamento médico, para haver a exata determinação do término do tratamento e também devido a terapia sistêmica (que não é local), poder apresentar efeitos colaterais e possíveis intervenções medicamentosas. O podólogo é um profissional habilitado, capaz de auxiliar no tratamento das micoses ungueais (unha), pois promove a assepsia do local acometido facilitando a ação dos medicamentos. A extração cirúrgica pode ser dolorosa e, às vezes, inútil. A extração química com ureia possibilita resultado, mas, devido aos novos tópicos, está em desuso. Como se previne? A prevenção dá-se através de hábitos higiênicos como evitar a umidade nos pés por período prolongado. O uso de calçados fechados que dificultam a transpiração e o contato dos pés descalços com lugares públicos como banheiros e piscinas são fatores de risco. É aconselhável o uso de meias de algodão, que absorvem a umidade dos pés melhor do que as de nylon; e a exposição do calçado ao sol, pois a ação dos raios ultravioleta impede desenvolvimento do bolor (fungos) e da umidade. É prudente também observar a pele e o pêlo dos animais de estimação, pois podem ser agentes transmissores.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Úlceras de Perna As úlceras de perna são feridas que se formam na pele da perna em decorrência de doenças como varizes, hipertensão arterial, diabetes e infecções. Acometem pessoas das mais diferentes faixas etárias. Algumas evoluem por longo tempo, tornando-se crônicas; outras, mesmo cicatrizando, deixam consequências estéticas e funcionais graves. Suas causas são: Várias doenças podem causar as úlceras de perna, a saber: varizes (úlcera varicosa), flebite crônica (úlcera pós-flebítica), hipertensão arterial (úlcera hipertensiva), trombose arterial (úlcera isquêmica), diabetes (úlcera diabética), infecção (úlcera infecciosa), trauma (úlcera traumática) e tumores (úlcera tumoral). A úlcera varicosa é conseqüência da estase (acúmulo) de sangue venoso na pele que acaba determinando o seu espessamento, a redução da gordura subcutânea, manchas castanhas e finalmente a lesão. O mesmo mecanismo, ao envolver as veias da pele e as veias mais profundas, é responsável pela úlcera pós-flebítica. Na hipertensão arterial, diabetes, trombose arterial, existe a obstrução das artérias da pele e/ou das artérias profundas gerando a ferida. As úlceras infecciosas são ocasionadas por bactérias que lesam a pele. A úlcera traumática ocorre por corte, contusão ou perfuração e as úlceras tumorais por tumores. São frequentes A incidência das doenças responsáveis pela ocorrência de úlceras de perna varia geograficamente. Nos países desenvolvidos, as lesões mais freqüentes são secundárias a doenças vasculares, principalmente varizes e seqüelas de tromboses venosas profundas. Em regiões menos desenvolvidas, há maior ocorrência de úlceras infecto-parasitárias. Atualmente, em certos países africanos, a principal causa de úlcera de perna é o sarcoma de Kaposi (tumor de pele) secundário à AIDS. No Brasil, predominam nas grandes cidades as úlceras de origem vascular, particularmente a úlcera varicosa, e na zona rural há equilíbrio entre esta última com as de caráter infecto-parasitárias. Sintomas As manifestações clínicas variam de acordo com a doença que originou a úlcera e da própria ferida . Úlceras de perna tumorais Alguns tumores podem se ulcerar (por exemplo, por má irrigação sangüínea do próprio tumor, devido ao seu rápido crescimento) como por exemplo: • O carcinoma espinocelular ulcerado pode aparecer sobre pele normal ou sobre cicatriz de queimadura ou radioterapia. Geralmente, as bordas são endurecidas e pouco nítidas. • O carcinoma basocelular ulcerado tem bordas esbranquiçadas, com aspecto de pérola e com pequenos vasos. • O sarcoma de Kaposi, tumor comum em indivíduos com AIDS, surge como nódulos, em placas avermelhadas ou vinhosas. No Brasil, ao contrário de países africanos, poucos deles se ulceram. Ulceras de perna varicosas Ocorrem em pernas inchadas, com veias dilatadas e visíveis, havendo espessamento da pele e mancha de cor castanha onde vai se instalar a úlcera. Os doentes se queixam de sensação de peso e cansaço nos membros e queimação nos trajetos venosos. A úlcera varicosa costuma ser pouco dolorosa, sendo essa queixa exacerbada quando existe infecção local Úlceras de perna infecciosas ou parasitárias Associam-se a infecções cutâneas e aparecem no curso dessas doenças. Têm secreção purulenta, são dolorosas e apresentam características inflamatórias de bordas ou fundo determinadas pelo processo de base, isto é, o aspecto costuma ser característico de cada agente infeccioso. Úlceras de perna isquêmicas (por falta de circulação) Caracterizam-se por dor intensa, contínua, que se mantém durante a noite, impedindo o sono. Aparecem espontaneamente ou após trauma. No início, surge mancha violácea ou bolha escura com posterior formação de escara que se desprende, aparecendo, então, a úlcera. As úlceras isquêmicas são complicações observadas em diabéticos, hipertensos ou em pacientes com obstrução (trombose) das artérias da perna. Nessa última circunstância, o doente costuma referir dor muscular ao andar que desaparece com o repouso, precedendo o aparecimento da úlcera. Como evitar as úlceras de perna? A profilaxia da lesão cutânea baseia-se no tratamento da doença causal, como operação de varizes, uso de meia elástica, controle da pressão alta, do diabetes, do excesso de peso, realização de exercícios físicos, prevenção de infecções e de traumas nos membros inferiores. TRATAMENTO O tratamento das úlceras de perna deve visar a cura do doença causadora e a cicatrização da lesão. As lesões devem ser tratadas com curativos simples e cuidados rigorosos de higiene Dependendo da causa, empregam-se medicamentos como analgésicos, antibióticos, anti-inflamatórios e vasodilatadores. Em alguns doentes, apesar de o tratamento adequado, a lesão evolui cronicamente, arrastando-se por longo tempo Para obter a cicatrização mais rápida, tanto nos casos rotineiros como nos casos crônicos, a indústria farmacêutica desenvolveu uma série de curativos fechados, tendo como modelo a antiga bota de Unna (um curativo feito com sucessivas camadas de bandagens, óxido de zinco, gelatina e glicerina, até se tornar rígido). Esses curativos fechados são formados por gases e esponjas absorventes impregnadas de medicamentos ou novos produtos constituídos por aglomerados de alginatos (um tipo de sal) carvão ativado ou hidrocolóides (um tipo de preparo de material). Existem também os curativos bioativos obtidos por engenharia genética ou pele sintética. Nesses casos, a pele é criada em laboratório, isto é, cultivada em tubos de ensaio para ser posteriormente usada. Tratamento da úlcera varicosa Na úlcera varicosa, após sua cicatrização, deve-se operar as varizes. Quando o paciente não tem condições clínicas para ser submetido à cirurgia ou apresenta seqüelas das flebites profundas, estará indicado o uso de meias ou faixas elásticas. Tratamento das úlceras de perna isquêmicas? Nas úlceras isquêmicas deve-se controlar a pressão arterial e o diabetes, quando presente, além de utilizar drogas analgésicas (para combater a dor) e ativadoras da circulação cutânea. No caso de haver obstrução das artérias maiores, pode ser necessária operação de revascularização do membro por desobstrução da artéria, angioplastia (dilatação) ou com colocação de ponte de safena ou de material plástico conforme o caso. Tratamento em caso de úlcera de perna infecciosa As infecções podem ser causa ou complicação das úlceras de perna. Devem ser tratadas com antibióticos por via oral ou sob forma de injeções, escolhidos, sempre que possível, com base em cultura da secreção da lesão e antibiograma. A utilização de antibióticos locais deve ser evitada, pois podem favorecer o desenvolvimento de bactérias resistentes. As sequelas das úlceras de perna são: Cicatrizes desfigurantes, Alterações da capacidade funcional do membro, Surgimento de câncer na úlcera.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

UTILIDADE PUBLICA COQUELUCHE Coqueluche, também conhecida por pertussis ou tosse comprida, é uma moléstia infectocontagiosa aguda do trato respiratório transmitida pela bactéria Bordetella pertussis. Os casos da doença têm aumentado em diversos países, nos últimos anos. O contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois anos. Coqueluche é uma doença recorrente, de notificação compulsória ao Ministério da Saúde. Principalmente nas crianças e nos idosos, ela pode evoluir para quadros graves com complicações pulmonares, neurológicas, hemorrágicas e desidratação. De acordo com dados fornecidos pela OMS, em 2010, houve aumento significativo dos casos de coqueluche em adolescentes e adultos no Brasil. Na América Latina, eles praticamente triplicaram em cinco anos. Casos de coqueluche costumam ser mais raros na vida adulta. No entanto, tosse seca e contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram novamente infectados pela bactéria da tosse comprida, apesar de terem recebido a vacina na infância ou de terem ficado doentes. Sintomas O período de incubação varia entre 7 e 17 dias. Os sintomas duram cerca de 6 semanas e podem ser divididos em três estágios consecutivos; a) estágio catarral (uma ou duas semanas): febre baixa, coriza, espirros, lacrimejamento, falta de apetite, mal-estar, tosse noturna, sintomas que, nessa fase, podem ser confundidos com os da gripe e resfriados comuns; b) estágio paroxístico (duas semanas): acessos de tosse paroxística, ou espasmódica. De início repentino, esses episódios são breves, mas ocorrem um atrás do outro, sucessivamente, sem que o doente tenha condições de respirar entre eles e são seguidos por uma inspiração profunda que provoca um som agudo parecido com um guincho. Os períodos de falta de ar e o esforço para tossir deixam a face azulada (cianose) e podem provocar vômitos; c) estágio de convalescença: em geral, a partir da quarta semana, os sintomas vão regredindo até desaparecerem completamente. Diagnóstico O diagnóstico é basicamente clínico. Em grande parte dos casos, exames laboratoriais podem ajudar a determinar a presença da bactéria Bordetella pertussis em amostras retiradas da nasofaringe. Vacina Apesar de a vacina contra coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as crianças. A vacina tríplice clássica (DPT) contra difteria, coqueluche (pertussis) e tétano faz parte do Calendário Oficial de Vacinação do Ministério da Saúde e deve ser ministrada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos. Embora a imunização dure cerca de dez anos, essa vacina não deve ser aplicada depois dos seis anos de idade. Felizmente, adultos e crianças já vacinados dificilmente voltam a contrair a doença, a não ser que sejam expostos ao contato íntimo com um portador de coqueluche ou nos surtos da doença. Nesses casos, a vacina contra difteria, coqueluche e tétano acelular (DPTa) oferece proteção por aproximadamente dez anos e pode ser utilizada como forma de prevenir essas doenças. Tratamento Paciente com coqueluche deve permanecer em isolamento respiratório enquanto durar o período de transmissão da doença. Na maioria dos casos, o tratamento pode ser ambulatorial e realizado em casa, mas com acompanhamento médico. A hospitalização só se torna necessária, quando ocorrem complicações e é preciso oferecer suporte de oxigênio e alimentação parenteral. Indicar eritromicina na fase catarral pode ser útil para encurtar a duração da doença e acalmar as crises de tosse. Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a aliviar os sintomas no estágio catarral. Xaropes expectorantes e inibidores da tosse não trazem benefícios terapêuticos. Da mesma forma, as pesquisas deixam dúvidas sobre a eficácia da imunoglobulina antipertussis e da imunoglobulina humana no tratamento da coqueluche. Recomendações Uma vez diagnosticada a doença, alguns cuidados simples são importantes no atendimento ao doente: * Mantenha o doente afastado de outras pessoas e em ambientes arejados, enquanto durar a fase de transmissão da doença; * Ofereça-lhe líquidos com frequência para evitar a desidratação e refeições leves, em pequenas porções, mas várias vezes ao dia; * Separe talheres, pratos e copos para uso exclusivo da pessoa com coqueluche; * Não se iluda com as receitas caseiras para tratamento da tosse típica da coqueluche; * Lave cuidadosamente as mãos antes e depois de entrar em contato com o paciente; * Procure assistência médica se as crises de tosse se manifestarem por mais de 15 dias. elas podem ser sintoma de outras doenças e não da coqueluche. Observação importante: Segundo orientação do Ministério da Saúde, todos os comunicantes íntimos (familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho) deverão receber uma dose da vacina DPTa. DO ARTIGO DRAUZIO VARELA