quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Cuidados Simples para Prevenir o Pé Diabético
O que é o Pé Diabético?
Uma das complicações crônicas do diabetes é o popularmente conhecido pé diabético. Ele ocorre mais rapidamente naquelas pessoas que não fazem um controle adequado de seus níveis de glicemia (açúcar) no sangue. Alguns cuidados simples podem prevenir tal condição e criar a possibilidade de se evitar as amputações de membros em 100% dos casos.
Pessoas que têm diabetes durante 10 ou 20 anos começam a apresentar diminuição da circulação arterial e redução da sensibilidade dolorosa e térmica nos membros, a chamada neuropatia diabética. Taxas aumentadas de glicose no sangue por longo período de tempo podem causar esta neuropatia, que é sentida como um formigamento, agulhadas, dor, dormência, queimação ou fraqueza nos membros.
Diferente do que acontece com problemas circulatórios, que dão dores na batata da perna ou nas coxas quando as pessoas se movimentam e melhoram com o repouso, os sintomas da neuropatia são piores à noite, ao deitar.
Muitos diabéticos só se dão conta do que está acontecendo quando seus pés ou pernas já apresentam feridas ou, em um estágio mais avançado, infecções no local da ferida. Mas a prevenção é o meio mais eficaz de evitar estes problemas.
O que fazer para evitar o Pé Diabético?
A observação e a higienização correta auxiliam na prevenção e diagnóstico precoce das lesões. E alguns cuidados simples podem ser tomados para evitar estes problemas.
Examine seus pés diariamente
Para facilitar este exame dos pés, use um espelho ou peça ajuda de uma pessoa querida. Procure bolhas, feridas, ferimentos, calos, frieiras, cortes, rachaduras e alterações de coloração na pele. Faça o exame sempre em um local bem iluminado, preferencialmente usando luz solar.
E em todas as consultas com seu médico, peça-o para examinar seus pés.
No banho
Mantenha seus pés limpos usando sabonete de glicerina e água morna. Nunca use água quente, pois a diminuição da sensibilidade térmica pode fazer com que você se queime. Teste a temperatura da água com o cotovelo e só depois coloque os seus pés nela.
Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, sem esfregar, principalmente entre os dedos e ao redor das unhas. Nunca use secador de cabelos, aquecedores, cobertores térmicos ou lâmpadas para secar os pés. Eles podem queimá-lo sem que você perceba.
Mantenha a pele hidratada, aplicando creme ou loção hidratante. Não aplique em cortes ou ferimentos ou entre os dedos para evitar umidade. O uso de talco não é necessário, mas se você tem o costume de fazê-lo, use em pouca quantidade.
Qual meia devo usar?
As meias sem costura e sem elástico são as melhores para pessoas diabéticas, pois evitam machucados. Prefira usar meias de lã no inverno e meias de algodão no verão. Evite as meias de nylon que dificultam a transpiração e perdem rapidamente a qualidade.
Quais os cuidados que devo tomar com as minhas unhas?
Lave e seque bem seus pés e unhas antes de cortá-las.
O ideal é cortá-las com intervalo máximo de 4 semanas e lixar uma vez por semana, utilizando um cortador de unhas adequado ou uma tessoura de ponta romba.
O corte deve ser quadrado, deixando ver uma pequena parte branca. Lixe os cantos para mantê-los arredondados. Não descole a unha da base com espátulas, nem corte os cantos arredondados para evitar que sua unha encrave.
Caso você já tenha unha encravada, você precisa procurar um serviço especializado em tratamento dos pés ou um dermatologista para avaliar a necessidade de uma pequena cirurgia no local.
Só utilize os serviços de manicures e pedicures treinados e peça para que não tirem as cutículas e não corte os cantos. Informe sempre que é diabético.
Nunca corte calos ou calosidades, nem use calicidas ou abrasivos como lixas ou raladores. Procure um médico para tratar a causa do aparecimento de calosidades que podem ser devido ao uso de calçados inadequados, a presença de joanetes ou deformidades nos pés.
Caso suas unhas estejam muito grossas, com aspecto “esfarelado”, com alterações na cor ou descolando da base, procure um dermatologista pois você pode estar com micose e necessitar de um tratamento com mediações de uso oral por algumas semanas.
Quais são os cuidados gerais a serem tomados com os meus pés?
Ao se expor ao sol, utilize protetores solares, inclusive nos pés para protegê-los de queimaduras. É comum acontecerem queimaduras nos pés na praia, ao pisar em areia quente. Fique atento a este detalhe.
Evite manter as pernas cruzadas, para facilitar a circulação. Se você trabalha sentado, procure mexer os pés a cada 30 minutos.
Não use bolsas de água quente nos pés.
Evite andar descalço, mesmo dentro de casa.
Calçados. Quais os melhores?
O ideal são sapatos fechados, de couro macio, em numeração e altura adequadas e que sejam confortáveis. Os que têm piso anti-derrapante com solado rígido e seguro são uma boa opção, pois dão maior segurança para caminhar. Existem algumas lojas especializadas que oferecem calçados e palmilhas específicos para diabéticos.
Sempre que calçar um sapato, verifique o seu interior para não ferir os pés em pedras, pregos ou outros pequenos objetos. Examine os sapatos com atenção, procurando deformidades nas palmilhas ou costuras.
Evite usar sapatos sem meia
Guarde seus sapatos em ambiente arejado e lave-os sempre que necessário. Deixe secar bem antes de usá-los.
Para os exercícios físicos, você deve escolher um tênis confortável, com sistema de amortecimento de impactos. Reserve um tênis apenas para a prática de esportes.
Compre seus sapatos de preferência na parte da tarde e em dias de calor, quando seus pés vão estar mais inchados. Nunca use um sapato novo o dia inteiro. Comece usando meia hora no primeiro dia e vá aumentando 30 minutos a cada dia de uso até se adaptar ao novo calçado.
Abandone o uso de calçados que sejam desconfortáveis ou que causem bolhas ou ferimentos nos seus pés. Invista na prevenção de lesões nos pés, para evitar gastos com tratamentos futuros.
Para as mulheres, os saltos quadrados de no máximo 2 a 3 centímetros de altura e, se possível, no formato de mata-borrão. São os melhores. Evite saltos altos e bicos finos, que apertam os pés.
Sapatos de plástico ou de couro sintético aumentam a transpiração nos pés e devem ser evitados.
Chinelos de dedo ou tiras que deixam os pés desprotegidos e deformam com o uso não devem ser usados.
Cuidado com os ferimentos!
Quem tem diabetes há vários anos precisa ter em mente que a perda de sensibilidade nos membros pode levar ao aparecimento de ferimentos sem que a pessoa perceba.
Em caso de ferimentos ou acidentes nos pés ou pernas, faça um tratamento imediato. Não espere para “ver se vai melhorar”. Este tempo perdido pode gerar complicações como infecções e dificuldade de cicatrização das feridas.
Os primeiros cuidados a serem tomados são: lave o local do ferimento com água limpa e sabão neutro, cubra com gaze estéril e enfaixe sem apertar. Em seguida, procure um médico.
Não use produtos com iodo ou corantes, não use band-aid ou fita adesiva diretamente na pele.
Nunca trate os ferimentos sem orientação médica, nem tome ou aplique medicamentos ou qualquer outra sibstância por conta própria ou por orientação de amigos.
A presença de febre, vermelhidão no local da ferida, inchaço ou pus nos pés ou pernas são sintomas preocupantes. Procure imediatamente o seu médico e não interrompa o tratamento de diabetes!
Dois amigos dos seus pés
Não fumar e fazer um bom controle de seus níveis glicêmicos (açúcar no sangue) são as duas principais armas para evitar o pé diabético.
Procure ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos com regularidade, sempre com orientação do seu médico e de um nutricionista. Isto posterga o início do uso de medicamentos para tratar o diabetes e em muitos casos evita o uso de insulina para controlar a doença. O exercício também melhora a circulação arterial.
Já está comprovado que o maior número de casos de amputações de pés e pernas ocorre nos diabéticos que fumam. Como ninguém quer aumentar os seus riscos, assuma com você mesmo o compromisso de parar de fumar. Tenha força de vontade e atinja este objetivo. Caso tenha dificuldades, procure ajuda especializada.
Fontes:
American Diabetes Association
Canadian Diabetes Association
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução?
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução?
O que é doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
Como o próprio nome indica, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença crônica e progressiva que acomete os pulmões e destrói e/ou danifica os alvéolos. Ela é insidiosa e se desenvolve aos poucos. Durante anos pode apresentar apenas sintomas ligeiros que se tornam mais intensos e limitantes nos seus estágios avançados.
A doença pulmonar obstrutiva crônica faz com que o ar fique retido nos pulmões e reduz a quantidade de capilares nas paredes dos alvéolos. Estas alterações prejudicam as trocas gasosas (oxigênio por gás carbônico e vice versa) que ocorrem nos alvéolos. Nas primeiras fases da doença, a concentração de oxigênio no sangue é reduzida, mas os valores de gás carbônico permanecem inalterados. Em fases mais avançadas, os valores de gás carbônico no sangue se elevam, enquanto a concentração de oxigênio é reduzida ainda mais.
A doença é consideravelmente mais frequente em fumantes e em pessoas que tiveram tuberculose. Ela é parcialmente reversível em alguns casos iniciais.
Quais são as causas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
A doença pulmonar obstrutiva crônica é associada a enfermidades como bronquite crônica, asma crônica, enfisema pulmonar e bronquiectasia e também é causada ou agravada pelo tabagismo, pela exposição passiva ao fumo, à poeira e pela poluição ambiental. Normalmente a doença desenvolve-se após vários anos dessas agressões aos pulmões, levando a danos irreversíveis, em geral.
Os fatores genéticos podem também influenciar no surgimento da doença pulmonar obstrutiva crônica, quando há a presença de enzimas relacionadas à destruição do parênquima pulmonar, como, por exemplo, uma afecção hereditária rara que desenvolve enfisema em crianças ou adolescentes.
Quais são os principais sinais e sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
Os sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica instalam-se aos poucos. De início, a dispneia ocorre apenas quando o paciente realiza esforços maiores, porém, com o passar do tempo, o paciente apresenta dificuldades para respirar quando desempenha tarefas corriqueiras ou mesmo quando está em repouso. O paciente fumante pode exibir, desde o início, uma tosse e pigarrear característicos. Os principais sinais e sintomas da doença pulmonar obstrutiva crônica estabelecida são:
limitação do fluxo aéreo (dificuldade para respirar);
dispneia (falta de ar);
chiado no peito;
hemoptise;
tosse com expectoração (principalmente de manhã, em virtude de uma maior coleção de catarro à noite).
A hiperinsuflação dos pulmões leva a danos das fibras musculares do diafragma, fadiga muscular, insuficiência respiratória e outras consequências. No exame físico de alguns pacientes, pode-se encontrar tórax em tonel e dispneia. Na ausculta, o médico pode observar alterações características dos sons pulmonares.
Como o médico diagnostica a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
Além da história clínica e do exame físico, o médico pode valer-se de radiografias, tomografia do tórax, gasometria, ecocardiograma e espirometria (exame que mede a capacidade pulmonar do paciente). Como a doença pulmonar obstrutiva crônica refere-se a enfermidades como bronquite crônica, asma crônica, enfisema pulmonar e bronquiectasia, que podem causar essa condição, um diagnóstico diferencial deve ser feito com as infecções e os tumores respiratórios.
Como o médico trata a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica deve envolver, além do médico, um fisioterapeuta especializado. A medida inicial é a interrupção do tabagismo, se ele existe. Conforme o caso, o médico pode prescrever anti-inflamatórios, broncodilatadores, corticoides e oxigenioterapia (em casos mais graves e avançados).
A oxigenioterapia é o melhor recurso terapêutico para a doença pulmonar obstrutiva crônica avançada. Outros recursos não medicamentosos são: reabilitação pulmonar, dieta que contenha mais gordura, suporte ventilatório mecânico e cateter de oxigênio conectado ao nariz. O fisioterapeuta dispõe de várias técnicas específicas para ajudar os pacientes. O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica necessita de manobras de higiene respiratória, reabilitação pulmonar, drenagem postural, percussão pulmonar manual, vibração manual etc.
É de especial importância que as pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica sejam vacinadas anualmente contra a gripe e a pneumonia, uma vez que essas condições podem gerar complicações graves.
Como evolui a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)?
Na fase inicial, a doença pulmonar obstrutiva crônica é parcialmente reversível. Um bom prognóstico da doença depende do diagnóstico precoce, de um tratamento adequado e da abstinência do tabaco.
Pacientes que deixam de fumar obtêm uma melhora imediata da função pulmonar; os que continuam fumando sofrem declínio rápido e progressivo das funções pulmonares.
Uma reabilitação pulmonar multidisciplinar comprovadamente aumenta a sobrevida dos pacientes.
ABC.MED.BR, 2013. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): o que é? Quais as causas e os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? E a evolução?. Disponível em: .
quinta-feira, 21 de março de 2013
PÉ DIABÉTICO
Sinônimos
Gangrena diabética, mal perfurante plantar, arteriopatia diabética nos pés.
Os problemas que aparecem na perna e, particularmente no pé dos diabéticos constituem um constante desafio à ciência e à profissão médica.
As alterações anatomopatológicas do diabete mellitus são numerosas, acometem o corpo como um todo e de várias formas, principalmente no período avançado da moléstia e na região de transição da perna ao tornozelo e no pé propriamente dito.
A neuropatia diabética e suas alterações da sensibilidade dos pés têm sido as maiores responsáveis pelo aparecimento destas lesões de difícil tratamento e de prognóstico reservado.
Normalmente, o diabético só se dá conta da lesão quando esta se encontra em estágio avançado e quase sempre com uma infecção secundária, o que torna o tratamento extremamente difícil, devido à insuficiência circulatória.
Sintomas
Desaparecimento ou diminuição dos reflexos do tendão, das rótulas e do calcanhar são freqüentes.
Diminuição na sensibilidade térmica e dolorosa e áreas de anestesia são justificativa às tão freqüentes lesões.
Na verdade, o grande problema do diabético - devido à sua falta de sensibilidade - é que só se apercebe da seriedade de seu caso, quando sente o mau cheiro exalado pela gangrena diabética.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela história clínica e pelo exame físico da lesão que geralmente é indolor porém extensa e de odor extremamente desagradável devido à necrose úmida que provoca.
Tratamento
O tratamento do pé diabético, pode ser imprevisível, devido ao potencial evolutivo que ocorrem nas lesões diabéticas, principalmente quando se associam à polineuropatia, à vasculopatia e às infecções.
É necessário o controle rigoroso da glicemia através da dieta e de insulina ou hipoglicemiantes orais, bem como da limpeza diária e tratamento precoce das lesões - o mais imediato possível.
A cirurgia arterial direta e a simpatectomia são possibilidades que podem ser utilizados.
Examinar os pés diariamente, bem como a proteção dos dedos e maléolos é a maneira mais fácil de evitar o aparecimento destas perigosas lesões;
é necessário secar bem os pés, cortar cuidadosa e periodicamente as unhas;
é preciso evitar a colocação de calor local, tipo bolsas de água quente e proximidade com o fogo;
é recomendável fazer um exame diário dos sapatos, evitando pregos ou corpos estranhos soltos no interior deles
Estas são precauções que, na maioria dos casos, evitam o aparecimento das lesões que podem levar a amputações.
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